Sem se alongar muito em sua análise, após participar de entrevista em Geraldo Freire, na Rádio Jornal, nesta manhã, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, do PSB, saiu em defesa dos socialistas, um dia após a operação da Policia Federal em Pernambuco e outros estados, nesta terça-feira. “Não há procedimento ilegal por membros do partido”, declarou, frisando que as instituições estão funcionando e a PF tem o direito de investigar.

Em sete dias, a Polícia Federal realizou a terceira operação cercando políticos pernambucanos.

Depois das Operações Vidas Secas e Pulso, nesta terça-feira foi deflagrada a Operação Catilinárias.

Vinte agentes da PF realizaram três buscas e apreensões em escritórios, empresas e propriedades de nomes que estão sendo investigados pela Operação Lava Jato.

Um dos mandados foi no escritório do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), em Petrolina.

Outro, na fazenda Esperança, em Brejão, propriedade que está no espólio do ex-governador Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto do ano passado.

O terceiro foi na loja de presentes Grillo, no bairro da Imbiribeira, no Recife.

Eduardo era sócio na fazenda, que tem plantação de café, com o ex-presidente da Copergás Aldo Guedes.

Já a loja Grillo é de propriedade da família de Aldo.

Nas buscas, foram apreendidos documentos e mídias de computadores.

Na loja, também foram recolhidos R$ 170 mil em dinheiro.

Todo o material será encaminhado para Brasília, onde será periciado.

Todos os mandados foram emitidos pelo ministro Teori Zawascki, do STF.

Aldo Guedes já foi citado por um delator da Lava Jato como negociante de uma propina de R$ 20 milhões.

O dinheiro, segundo o ex-presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, seria para abastecer o caixa dois da campanha de Eduardo Campos em 2010.

O empresário tem o nome citado no inquérito que investiga a possível participação de Fernando Bezerra no esquema.

O advogado de Guedes, Ademar Rigueira, disse que iria se pronunciar após ter acesso ao inquérito.

Em nota, Fernando Bezerra afirmou que “reitera sua confiança no trabalho das autoridades” e que acredita “no pleno esclarecimento dos fatos”.

Ele diz que está “à disposição para colaborar com os ritos processuais e fornecer as informações que lhe forem demandadas”.

A oposição na Assembleia Legislativa cobrou explicações do PSB sobre o envolvimento de nomes da sigla nas operações. “A bancada aguarda os desdobramentos do caso para que os responsáveis sejam punidos”.

De acordo com presidente do PSB, Carlos Siqueira, a legenda não fará pré-julgamento e prefere acreditar na inocência alegada pelos suspeitos. “Temos que esperar o curso das investigações.

Eles têm direito à ampla defesa”.