Depois de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão em residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha disse que é inocente, está tranquilo e confiante na Justiça, e descartou a possibilidade de renúncia.

Eduardo Cunha disse estranhar a operação de busca e apreensão em sua casa ocorrida nesta manhã e atribui a ação a um possível revanchismo diante da sua decisão de aceitar o pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff.

E le ressaltou, entretanto, que operações como essa fazem parte dos procedimentos normais de investigação da Polícia Federal. “É sinal de que ainda não tinham prova contra mim”, enfatizou, mas disse estranhar o fato de a ação ter acontecido no dia em que o Conselho de Ética se reunia para analisar o novo relatório sobre o seu processo de cassação e às véspera do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre o rito de impeachment.

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta terça-feira 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF, referentes a 7 processos instaurados a partir da Operação Lava Jato.

Entre os locais, estava a residência oficial do presidente da Câmara.

O presidente disse estranhar, também, o fato de a operação ter sido concentrada no PMDB. “Quando se sabe que o PT é o centro das denúncias que envolvem a Petrobras”.

Na sua avaliação, o PMDB tem que decidir rapidamente pela saída do governo.

Eduardo Cunha voltou a criticar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por, segundo ele, tê-lo escolhido como principal alvo das investigações.

O presidente reclamou da transcrição das delações premiadas no âmbito da operação Lava Jato que, segundo ele, não condizem com o conteúdo dos vídeos e a classificou de criminosa.

O presidente da Câmara afirmou que é nula a reunião desta manhã do Conselho de Ética que aprovou o relatório preliminar do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que estabelece a abertura do processo disciplinar contra ele.

Para Eduardo Cunha, novamente o regimento foi desrespeitado, uma vez que não foi aberto prazo para pedido de vista dos parlamentares.