Foto: Wilson Dias/Agência Brasil Em entrevista no Salão Verde nesta terça-feira (15), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que estranhou o momento em que a Polícia Federal deflagrou busca de mandado e apreensão em três endereços pertencentes a ele.
O deputado federal, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, também reafirmou que não vai renunciar ao cargo. “O que eu estranho só é a gente estar no momento em que, no dia que vai ter o Conselho de Ética, às vésperas da decisão do processo de impeachment, de repente, deflagram uma operação, de uma forma pouco estranha”, afirmou Cunha.
LEIA TAMBÉM: > Após operação da PF, Conselho de Ética decide levar adiante processo contra Eduardo Cunha > Pedido de vista de ação contra Cunha é rejeitado por 11 votos a 9 “Meu prazo de apresentar defesa é sexta-feira agora. aí fazer uma diligência de busca e apreensão de um inquérito que ainda está no prazo de apresentação de denúncia é uma coisa muito estranha”, acrescentou.
O deputado deixou transparecer que considera injustas as diligências contra o PMDB. " A gente sabe que o PT é o responsável por esse assalto que aconteceu no Brasil.
Todo dia tem denúncia de caixa 2 do PT, todo dia tem a roubalheira do PT sendo fotografada e, de repente, tem uma operação contra o PMDB", disse. “Não me parece que ninguém do PT, que tem o foro que eu tenho, é sujeito a algum tipo de operação.
Só é sujeito a operações até agora aqueles quem não são do PT”, disse. “Sou desafeto do governo.
Fui escolhido para ser investigado.
Nada mais natural que eles vão buscar o revanchismo”, acrescentou.
A operação desta terça-feira também teve como alvos, entre outros, os ministros da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB, os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), os deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Áureo Lídio (SD-RJ), o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB-RJ), o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto (aliado de Cunha e exonerado na semana passada pela presidente Dilma), Aldo Guedes - ex-sócio de Eduardo Campos -, Lúcio Bolonha Funaro - delator do Mensalão -, Altair Alves Pinto - emissário de propina de Cunha, segundo os investigadores - e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado.
Também nesta terça, o Conselho de Ética aprovou o relatório prévio do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que pede a continuidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara.
A admissibilidade foi aprovada, em votação no painel, por 11 votos favoráveis e nove contrários.