Foto: Lula Marques/ Agência PT Estadão Conteúdo - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta sexta-feira, 11, que “lamenta” que nomes importantes do PSDB tenham decidido apoiar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Com o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a cúpula do partido fechou posição a favor do afastamento da petista na noite de quinta-feira. “O que eu lamento é que algumas pessoas que ajudaram a construir a democracia no Brasil, e que têm uma biografia nessa luta, parece que esqueceram do que defenderam no passado e, por questões momentâneas, abrem mão de princípios para se somar a uma situação de busca de um impeachment que não tem a menor base constitucional”, disse o ministro após participar de um evento ao lado de Dilma no Palácio do Planalto.

Ontem ela já havia declarações neste sentido.

Questionado se estava falando do ex-presidente tucano, Cardozo disse que não iria citar nomes, mas disse que essa situação o deixava “entristecido”. “Eu sempre defendi a democracia e vejo pessoas na oposição que também sempre defenderam.

Infelizmente algumas pessoas agora têm uma outra visão.

Respeito, mas não posso deixar de ficar entristecido.” LEIA TAMBÉM: > ‘Não é nenhuma novidade’, diz Dilma sobre apoio do PSDB ao impeachment > Com apoio de FHC, PSDB fecha posição pelo impeachment da presidente Dilma > Para Planalto, atraso sobre impeachment no STF seria o ‘pior dos mundos’ > Aécio Neves acusa Dilma de usar estrutura do governo para se defender do impeachment O ministro também defendeu que a decisão que o Supremo Tribunal Federal vai tomar na semana que vem sobre o rito a ser seguido no processo de impeachment será “muito bem-vinda” para que a situação não fique sujeita “ao arbítrio” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Eu acho que a decisão do Supremo será muito bem-vinda para que o processo de impeachment não seja utilizado como retaliação, como formas de vingança, o que evidentemente contraria a nossa Constituição”, disse.

Os petistas acusam Cunha de agir por vingança já que ele decidiu aceitar o pedido de afastamento de Dilma no mesmo dia em que o PT declarou que votaria pela continuidade do processo de cassação do peemedebista no Conselho de Ética da Câmara.