Foto: Eduardo Saraiva/A2IMG Estadão Conteúdo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a dizer na manhã desta quinta-feira, 10, que impeachment não é golpe e que o Congresso deve discutir o impedimento da presidente Dilma Rousseff.
Ele ainda acusou o PT de ser o “rei do impeachment”, por ter entrado com pedidos contra os governos Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. “Só não entrou contra o Lula porque era do PT”, disse o tucano. “Eu queria destacar o seguinte: eu vejo muita gente falando de golpe.
Não, impeachment não é golpe.
Aliás, o PT era o rei do impeachment porque entrou com pedido de impeachment contra o Collor, contra o Itamar Franco e contra o Fernando Henrique.
Só não entrou contra o Lula porque era do PT.
Então, não.
O impeachment é previsto na Constituição brasileira”, disse Alckmin, após participar de audiência no Supremo Tribunal Federal, em Brasília, sobre a crise hídrica.
O tucano disse não considerar que o freio colocado pelo STF no procedimento de impeachment seja um sinal de que há abuso por parte da Câmara dos Deputados.
O ministro Luiz Edson Fachin, do Tribunal, suspendeu a tramitação do impeachment até que o plenário da Corte delibere, na quarta-feira que vem, sobre o rito do procedimento.
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O mérito é no Senado.
A Câmara recebe ou não o pedido e ao mesmo tempo o Supremo, se tiver dúvida, estabelece a regra”, afirmou.
Questionado sobre sua posição política a respeito do impeachment, o governador de São Paulo disse que o processo “precisa ser discutido” e é “dever do Congresso analisá-lo”.
Na segunda-feira, 7, Alckmin teria uma agenda comum com o vice-presidente da República, Michel Temer, na primeira aparição do peemedebista após a abertura do processo de impeachment.
Temer, entretanto, cancelou a ida ao compromisso.
No mesmo dia, à noite, veio à tona a carta enviada pelo vice-presidente à presidente Dilma, na qual Temer se queixa de desconfiança por parte da petista.
Ao deixar o STF na manhã de quinta, Alckmin disse que estava no tribunal “aprendendo o latinório”, em referência às expressões em latim usadas na Corte. “Amicus Curiae.
Ou, como diz o Michel Temer, ‘verba volant’.
Não é isso?
Soltou o latim, lá”, disse.
Temer abre a carta enviada a Dilma com a expressão “verba volant, scripta manent”, segundo a qual, “as palavras voam, os escritos permanecem”.
Após a brincadeira sobre o texto escrito pelo peemedebista, Alckmin disse que a carta “foi pessoal”.
Cunha Questionado se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deveria ser afastado do cargo pelas supostas manobras que tem empreendido para barrar o funcionamento do Conselho de Ética, Alckmin se limitou a contar que em sua época como deputado federal colegas perdiam o mandato pela baixa frequência. “É um assunto interno da Câmara.
Eu fui deputado federal e quando fui, dois deputados perderam o mandato por falta.
Aliás, um de São Paulo e outro de Minas Gerais”, respondeu, sinalizando que cabe punição aos deputados que fazem mal uso da cadeira.