A fala de Dilma no sábado aqui no Recife ainda repercute.

Ela disse que confiava em Michel Temer, enquanto seus ministros tentaram constrangê-lo a defender a presidente, como se fosse um advogado de defesa seu.

Irritado com o processo de constrangimento, que chegou a lançar até uma carta de governadores do Nordeste, sem ouvir Paulo Câmara, redundou em uma carta pública do vice externando que Dilma nunca o tratou como deveria.

Nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou categoriamente que marcada a saída do PMDB do governo Dilma.

Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), classificou nesta terça-feira (8) a carta do vice-presidente da República, Michel Temer, entregue ontem à presidenta Dilma Rousseff, como um “desabafo de ordem pessoal, que não compromete as relações institucionais republicanas”.

Para Humberto Costa, as questões tratadas pelo vice-presidente estão mais dentro da esfera do relacionamento pessoal do que do relacionamento político. “Ele é um democrata de larga tradição e sabe, assim como todos nós, que o momento é de nós baixarmos a temperatura”, afirmou.

Na avaliação do líder do PT, Michel Temer desempenhou um papel importante na articulação política durante o governo da presidenta Dilma. “Não é o Governo que está em jogo, mas sim o país.

Por isso, acredito que devemos caminhar para o campo do entendimento”, disse.

O parlamentar acredita que a situação do país exige responsabilidades e que não é hora de colocar “lenha na fogueira”. “É preciso trabalhar para restaurar a tranquilidade política no momento em que a presidenta é alvo de um processo de impeachment ilegal e ilegítimo aberto na Câmara dos Deputados”, finalizou.

Na carta de caráter pessoal entregue ontem à Dilma, Michel Temer escreveu sobre episódios que demonstrariam a “desconfiança” que a presidenta teria em relação a ele e ao PMDB, partido que preside.