Por Jamildo Melo, editor do Blog Fotos: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados Com 272 votos para a chapa 2, da oposição, e 199 votos para a chapa 1, governista, a presidente Dilma perdeu a primeira votação na Câmara dos Deputados.

A votação polêmica era para compor a comissão especial de análise do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A eleição suplementar, para os demais deputados remanescentes, ficou para esta quarta-feira (9).

Os outros 26 deputados que precisam ser eleitos para preencher as 65 vagas serão escolhidos em votação complementar, que ocorrerá amanhã, uma vez que a Chapa 2 era formada, em sua maioria, por deputados que fazem oposição ao governo e tinha 39 inscritos apenas.

O governo Dilma, por ter uma orientação autoritária, por seus líderes e não ouvindo as bancadas, cometeu um grande erro ao tentar impor uma chapa formada por 65 nomes apenas governistas, causando forte reação na maioria dos deputados.

A votação ainda serviu para mostrar que a presidente terá problemas para se manter no cargo, se depender apenas da Câmara dos Deputados, uma vez que tem apenas 26 votos acima do mínimo de 171 votos para evitar o pedido de impeachment.

Após tentativas de alguns deputados governisas de impedir a votação nas urnas dispostas em cabines de votação, líderes partidários tentaram convencer em vão o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a suspender a votação da chapa para compor a comissão especial que analisará o pedido de impeachment.

A chapa 1 tinha indicações feitas pelos líderes da base governista com 49 membros.

A chapa 2 foi formada, em sua maioria, por deputados que fazem oposição ao governo, com 39 inscritos.

Havia tanto cartazes com a frase Dilma fica, como bonecos do pixuleco, com Lula vestido de presidiário. “Impeachment, impeachment”, gritavam, em coro, deputados que defendem o afastamento da presidente.

Por outro lado, deputados que defendem a permanência de Dilma Rousseff no cargo ergueram faixas com os dizeres: “Não vai ter golpe” e “Quem resistiu à ditadura não tem medo de chantagem”.

Pouco antes do fim da sessão, deputados pró-impeachment cantaram o Hino Nacional, também em coro.

O número de cabines foi reduzido porque houve danos em algumas delas.

Danos causados pelos próprios deputados.

A votação foi secreta, por orientação do presidente Eduardo Cunha.

Irônico, ele disse que o voto era secreto e não aceitou dizer em que chapa votou.

O PC do B, a pedido de Dilma, foi ao STF para tentar barrar, mas sem sucesso.

O STF já havia dito que não iria se imiscuir na discussão legislativa, entrando apenas em questões de mérito.

Pouco antes da votação, os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Paulo Pereira da Silva (SD-SP) discutiram e foram contidos por colegas.

Apesar do tumulto, a votação continuou nas cabines.

A comissão será formada por 65 membros e as chapas têm que ter o número mínimo de 33 integrantes.

As vagas não indicadas na chapa vencedora serão preenchidas posteriormente com candidaturas de deputados pertencentes ao partido ao qual cabe a vaga.

Poderão se candidatar apenas deputados dos partidos aos quais cabe a indicação.

Segundo os blocos formados no início da legislatura, faltam ser indicados, no bloco PMDB/PP/PTB/DEM/PRB/SD/PSC/PHS/PTN/PMN/PRP/PSDC/PEN/PRTB, quatro vagas de titulares e 14 de suplentes.

No bloco PT/PSD/PR/PROS/PCdoB precisam ser preenchidas 15 vagas de titulares e 17 de suplentes.

Para o bloco PSDB/PSB/PPS/PV há um vaga de titular e 5 vagas de suplentes.

Ao PDT caberá preencher duas vagas de titulares e duas de suplentes.

Com um titular e um suplente a preencher, estão os partidos: Psol, PTC, PTdoB e Rede.

Com informações da Agência Câmara