Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR.

Por Cássio Oliveira, repórter do Blog O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), teve outros motivos, além da eucaristia de seu filho, para não comparecer à reunião de trabalho sobre ações de enfrentamento à microcefalia e demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti com a presidente Dilma Rousseff, neste sábado (5), no Comando Militar do Nordeste.

LEIA MAIS: » Dilma diz que não vai faltar dinheiro para o combate ao Aedes aegypti » No Recife, Dilma lança plano de combate ao Aedes aegypti e de atenção à saúde de bebês A informação, nos bastidores, é de que o prefeito quis marcar uma posição não aparecendo ao lado da presidente. “Dilma veio ao Nordeste, agora, porque percebeu que o PSB pode ajudar dando apoio, já que a presidente está perdendo o PMDB”, disse correligionário do PSB. » Impeachment: Geraldo Julio diz que momento exige responsabilidade » Geraldo Julio não comparece em evento ao lado de Dilma no Recife » Deputados do PT desistem de recurso no STF após Gilmar Mendes se tornar relator Socialista ligado ao prefeito afirma que Dilma veio ao Recife buscar uma “agenda positiva” e que Geraldo já havia feito o que devia. “Ele [Geraldo] foi ao ministro da Saúde, foi as igrejas, pediu ajuda aos militares e criou um grupo de voluntários”, ressaltou. » Governo de Pernambuco e Prefeitura do Recife decretam estado de emergência devido a casos de dengue, zika e microcefalia Na sexta-feira (4), Geraldo afirmou que estava sendo criada uma cortina de fumaça em torno do impeachment, pelo PT, ao usar o nome de Cunha para deslegitimizar o pedido. “Acho que a discussão sobre a situação ou a relação pessoal entre Dilma e Eduardo Cunha não é o que está em questão.

O que está em discussão, nesse momento, é que pessoas, com a respeitabilidade que o Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr têm, apresentaram o pedido de impeachment e o processo vai ser analisado na instância democrática adequada que é o Congresso Nacional”, disse, nesta sexta, recusando o discurso de que é ela Dilma contra ele Cunha.

LEIA TAMBÉM: > Deputados governistas vão ao STF para anular pedido de impeachment de Dilma > Lula chama de ‘loucura’ decisão de Eduardo Cunha sobre impeachment » Geraldo Julio vê cortina de fumaça sobre o impeachment de Dilma Foto: Ricardo B.

Labastier/ JC Imagem Antes do posicionamento oficial do PSB, marcado para esta segunda-feira (7), sobre o pedido de impeachment, os caciques socialistas mostraram diversas reações quanto a Dilma.

O governador Paulo Câmara foi ao encontro da presidente.

No dia anterior, ele havia dito que não havia fundamento para o pedido de impeachment. ”Entendo que não existe, até aqui, as condições para o impedimento da presidente da República”, afirmou o governador.

A exemplo do PT, Paulo Câmara mostrou alinhamento também ao defender a saída de Eduardo Cunha. > Para Humberto Costa, pedido de impeachment é “a chantagem mais baixa da República” > Raul Jungmann condena ‘chantagem’ de Cunha e pede análise objetiva de impeachment > Para Jarbas, abertura do impeachment é consumação de uma chantagem Ainda nos bastidores, a informação que circula é que mesmo não apoiando o impeachment, Paulo Câmara não se sentiu à vontade no encontro com a presidente. “O aceno é mais dela [Dilma] do que do PSB, o governador, por exemplo, esteve no encontro porque tem a obrigação legal de recepcionar o presidente da República”, disse o socialista.

Já o irmão do governador Eduardo Campos, Antônio Campos, divulgou uma carta aberta ao partido pedindo a direção do PSB que defenda o “impeachment já!” “Venho externar minha posição neste momento histórico, na condição de integrante do Conselho de Ética da Executiva Nacional do PSB, pela defesa do impeachment da presidente Dilma Roussef, conforme requerido pelos juristas Hélio Bicudo – fundador do PT – e Miguel Reale Júnior e que neste momento encontra-se em apreciação no Congresso Nacional”, escreveu Antônio Campos, pré-candidato a prefeito de Olinda, em 2016. » Governador diz que colegas do NE vão dar apoio a Dilma contra impeachment » Paulo Câmara não assinou nota contra nem repudiou impeachment de Dilma > Sorridente, Dilma inicia reunião com ministros para avaliar impeachment Alguns diretórios do PSB têm posição contrária ao impeachment, mas as principais lideranças nacionais do partido, como o presidente Carlos Siqueira, têm se posicionado contrárias ao governo e batido de frente com a presidente, o que deve ajudar a cristalizar a posição da legenda.

Na quinta-feira (3), Siqueira evitou adiantar o posicionamento da legenda, afirmando que um tema de tamanha gravidade não pode ter um debate improvisado.