O deputado Jarbas Vasconcelos disse nesta quinta entender que a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma, feito nesta quarta (02), é a consumação de uma chantagem colocada em prática há semanas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. “Por que ele não fez isso antes, já que estava com esse material há muito tempo?

Só faz agora porque estava chantageando o Governo e se viu encurralado”, afirmou o parlamentar.

O processo foi apresentado há 40 dias.

Para Jarbas Vasconcelos, a abertura do processo é válida para o início da análise do impeachment mas não deve ser conduzida por quem não tem legitimidade. “Ele não tem condições de presidir a Casa, quanto mais um processo penoso, sério e de consequências profundas para o País como o impeachment de um presidente da República”, concluiu.

Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), declarou que a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff autorizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é “uma retaliação de baixo nível ao Governo e ao PT".

Para Humberto Costa, o deputado só tomou a iniciativa contra a presidenta depois de saber que os deputados do PT integrantes do Conselho de Ética iriam votar a favor da continuidade das investigações sobre as denúncias que pesam contra o peemedebista. “Não há razão para a abertura do impeachment, até porque não há nenhuma fundamentação jurídica que resulte no impedimento de Dilma.

Trata-se de um golpe contra uma presidenta democraticamente eleita pelo povo brasileiro”, afirmou.

O parlamentar reiterou que a chefe do Poder Executivo não cometeu qualquer crime e que não há absolutamente nada contra ela. “Não podemos tratar um tema tão relevante como este como uma retaliação.

Isso é brincar com o país.

Acredito que a opinião pública nacional está absolutamente esclarecida de que é uma retaliação”, disse. “Todos sabem quem é Dilma e quem é Cunha.

Todos conhecem a biografia de cada um.” O senador disse que havia “chantagem” por parte do presidente da Câmara. “Nós saímos de uma condição de estarmos sendo chantageados.

Isso já é uma coisa importante”, comentou.

Como a abertura do processo de impeachment é regimental, o líder do PT avalia que o partido e os seus aliados vão partir para o debate no Congresso Nacional em defesa do mandato da presidente.