Foto: Lula Marques/Agência PT Estadão Conteúdo - A presidente Dilma Rousseff (PT) deve receber governadores aliados na próxima semana em busca de apoio contra o pedido de impeachment aberto contra ela pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, a ideia é chamar, em outras oportunidades, também os governadores de oposição que seriam contrários ao processo.

O ministro afirmou também que a decisão do governo é fazer com que o processo de impeachment contra Dilma caminhe o mais rápido possível, “combinando legalidade com celeridade”.

Segundo ele, na reunião da presidente com 23 ministros na tarde desta quinta-feira, 3, foi pedido a todos que “verbalizassem” o ponto de vista contra o impeachment, aliado às ações junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de lacunas nas legislação. “Entrada na Justiça nada tem a ver com postergação.

Nossa decisão é fazer o processo seja mais rápido possível, combinando legalidade com celeridade”, disse o ministro.

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Paulo Câmara não assinou > Paulo Câmara não assinou nota contra nem repudiou impeachment de Dilma > Sorridente, Dilma inicia reunião com ministros para avaliar impeachment > Deputados do PT desistem de recurso no STF após Gilmar Mendes se tornar relator De acordo com o ministro, o processo de impedimento não é exclusivamente político, se lastreia na questão jurídica e, na opinião do governo, não tem nenhum lastro em crime de responsabilidade contra a presidente. “Acreditamos que seguramente teremos uma vitória”, disse.

Indagado sobre as manifestações previstas no Brasil, tanto pró quanto contra o impeachment, Wagner disse acreditar que alguns torcedores “contra Dilma” também se manifestarão contra o processo. “Não se trata só dos torcedores da presidenta Dilma.

Queremos juntar os torcedores da institucionalidade e da democracia e vamos fazer um chamamento a todas as entidades que não sejam partidárias”, completou.

Cunha O ministro voltou a criticar o ato do presidente da Câmara e citou que a decisão só foi tomada após deputados do PT fecharem posição contrária a Cunha no processo enfrentado pelo parlamentar no Conselho de Ética. “Se a moda pega, vai se banalizar o instrumento tão nobre como o impedimento”, afirmou Wagner, garantindo que pedaladas fiscais utilizadas para sustentar o pedido não são crime de responsabilidade. “Não há dolo, não há mácula, há uma crise.

Não atingir a meta não configura nem dolo, nem crime de responsabilidade”.

Wagner voltou a falar que a Cunha mentiu ao dizer que o deputado André Moura (PSC-SE) esteve reunido com Dilma e que ela teria proposto a ele o apoio do PT no Conselho de Ética em troca da aprovação da CPMF. “Ele (Moura), a que eu tenho respeito, não vai dizer que esteve com Dilma”, afirmou.

Wagner voltou ainda a externar o alívio do governo com a decisão de Cunha, e afirmou que “agora que a faca foi puxada, as coisas vão começar a ficar mais claras”, disse. “Com democracia não se brinca”, concluiu.