Por Enildo Arantes, vice-prefeito de Olinda - PE pelo PT Mais uma vez o machismo e a opressão são colocados como forma de incitação à violência contra a mulher. É inadmissível que expressões como: “Eu votei num cara pra ser o presidente, mas quem ganhou foi Dilma pra botar no C* da gente”, e “Meu Santo Antônio, urgentemente, arruma um macho pra Dilma parar de F* com a gente”, não recebam punição.
Quem constrói sua expressão artística fazendo referência ao sexismo, à mulher como objeto sexual, violência, homofobia, humilhações, machismo, racismo e discriminação social não pode ser considerado artista.
LEIA MAIS: » João do Morro faz música polêmica contra Dilma e é repudiado pelo PT A arte e a cultura não reconhecem o discurso de opressão, pelo contrário, a arte repele esse tipo de agressão.
Machismo não é arte, machismo não é cultura.
Machismo é uma postura a ser combatida e os responsáveis devem ser responsabilizados criminalmente, pelo delito de incitação pública à prática de crime, previsto no Artigo 286 do Código Penal.
O cantor João do Morro mostra que o oportunismo político não tem limite e até o machismo pode ser usado como ferramenta de desgaste do governo, sendo repetido e praticado à exaustão como algo inofensivo, encobrindo o absurdo de todos os dias que as mulheres, pelo simples fato de terem nascido mulheres sejam violentadas e assediadas, exatamente pela prática de sustentar a tolerância e a aceitação dessa violência.
Até quando vamos continuar aceitando em silêncio a brutalidade do argumento de que a mulher depende de um Macho para ter uma vida sexual feliz?
A simples pergunta reflete o cotidiano opressor, machista, patriarcal que a mulher tem que enfrentar todos os dias.
Queremos com essa nota, expressar nossa solidariedade a todas as mulheres e desejar força na luta diária.
Confira a música: Exigimos: A retratação imediata do cantor João do Morro, reconhecendo que a incitação à violência contra a mulher direcionada a presidenta Dilma é fato gravíssimo que deve ser repudiado por toda a sociedade; A criação de uma comissão especial com participação dos diversos segmentos da sociedade civil para elaborar Projeto de Lei que vede o financiamento público de produtos culturais e “artistas” que promovam discurso de ódio, o machismo, a homofobia e sexismo dentro das expressões culturais e suas linguagens.
Que seja firmado Termo de Ajustamento de Conduta entre a Secretaria de Cultura de Pernambuco e o cantor, no qual o mesmo se compromete a jamais promover qualquer discurso de ódio contra qualquer grupo social oprimido, como condição para que possa participar de eventos promovidos pelo poder público.
Cantar a violência, seja contra a mulher ou qualquer segmento social, não é e nunca foi liberdade de expressão, isso é agressão.