A reunião foi encerrada há pouco.

O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), informou que vai continuar a apreciar o relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) sobre a representação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, amanhã.

Durante o debate se o processo deveria ou não ter continuidade, o deputado Paulo Azi (DEM-BA) afirmou que tem recebido pressão com relação ao seu voto. “Concordo com alguns pontos levantados pelo advogado, mas entendo que o momento não é esse.

Vejo parlamentares ansiosos para debater o mérito, mas estamos aqui para responder uma única pergunta: existem indícios mínimos para abrir a investigação?

Na minha humilde opinião, a resposta é cristalina”, disse Azi, que informou que vai votar pela continuidade do processo contra Cunha.

O deputado Sergio Moraes (PTB-RS) afirmou que vários parlamentares foram injustiçados no Conselho de Ética e absolvidos pelo Judiciário. “Ninguém aqui está livre.

Se a imprensa resolver desconfiar, aquilo se espalha.

Vamos ter cuidados com os paladinos da ética”, salientou.

Ele defendeu que Cunha se desligue da presidência da Casa, mas acredita que é precipitado julgar o deputado. “Não temos provas, a não ser manchetes de jornais”, afirmou Moraes.

Na sessão desta terça (1º), sete deputados votaram a favor da continuação do processo contra Cunha: Sandro Alex (PPS-PR), Eliziane Gama (Rede-MA), Marcos Rogério (PDT-RO), Fausto Pinato (PRB), Betinho Gomes (PSDB), Nelson Marchezan Junior (PSDB) e Marcos Rogério (PDT).

Até o momento, apenas o deputado Wellington Roberto (PR) votou a favor do arquivamento.

Punição O deputado Sandro Alex (PPS-PR) formulou questão de ordem ao presidente do conselho questionando se cabe, neste momento do processo, a previsão de alguma punição, seja em voto em separado, seja no próprio relatório. “O relatório em nenhum momento fala de cassação de mandato e, sim, admissibilidade para investigação”, esclareceu Araújo.

Já o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) afirmou que o Código de Ética Parlamentar permite estabelecer a sanção cabível.

Ele afirmou que o conselho já tem dois precedentes sobre essa situação.

Por sua vez, Fausto Pinato declarou que seu voto pela admissiblidade do processo garante o direito à ampla defesa e o devido processo legal. “Ele [Cunha] pode, inclusive, ser absolvido”.

Pinato defendeu que o voto em separado seja anulado.

O líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), concordou com Pinato e afirmou que não há terceira opção, ou o processo é admissível ou não é.