Da Agência O Globo O pecuarista Luiz Carlos Bumlai afirmou em depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (30) que esteve pelo menos três vezes com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, mas que nunca discutiram a Operação Lava-Jato, e atribuiu à imprensa a “alcunha” que recebeu de “amigo do Lula”.
Bumlai disse que o ex-presidente nunca viajou em seu avião, nunca esteve em algum de seus apartamentos no Rio de Janeiro e que foi uma única vez a uma de suas fazendas no Mato Grosso do Sul, em 2002, quando os dois foram aproximados pelo então governador do estado, conhecido como Zeca do PT.
Bumlai não soube explicar o motivo de uma das empresas da família, a São Fernando Açúcar e Álcool, ter transferido R$ 2 milhões em 2011 para a Legend Engenheiros Associados, uma das empresas de fachada de Adir Assad, condenado na Operação Lava-Jato por lavagem de dinheiro.
Ele alegou que desconhece a movimentação e que ela tenha sido realizada a mando de seus filhos.
LEIA TAMBÉM: > Lava Jato: Bumlai depõe nesta segunda-feira em Curitiba > Bumlai diz que ganhou R$ 2 milhões em sorteio de título de capitalização > Justiça nega liberdade ao empresário José Carlos Bumlai > Empréstimo a Bumlai foi ‘abençoado’ por Lula, afirma delator O empresário afirmou ainda que os saques em espécie realizados em sua conta pessoal eram feitos por seus funcionários e que a movimentação era feita por essa conta porque a tributação seria menor.
O saque feito pelo policial militar Marcos Sérgio Ferreira, levado a depor na Lava-Jato, tinha como objetivo “sanar um problema que tinha com uma mulher que manteve relacionamento”.
Bumlai afirmou que o empréstimo feito no Banco Schahin serviria para a compra de uma fazenda e que nunca repassou recursos ao PT.
Perguntado se Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, esteve com ele numa reunião no banco, disse não se lembrar.
O empresário disse que quando quitou o empréstimo com embriões de gado o Banco Schahim lhe apresentou para assinar um documento de confissão de dívida de R$ 60 milhões, mas que ele se recusou a assinar.