Foto: Alessandro Dantas/Liderança do PT Da Agência O Globo A bancada do PT no Senado começa a discutir às 18h desta segunda-feira o impacto da prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS).
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse nesta segunda-feira que os “fatos são extremamente graves e necessitam investigação”, ao comentar a situação de Delcídio.
Na semana passada, na sessão do Senado sobre a prisão de Delcídio, o PT votou contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e a favor do colega petista.
Dos 13 senadores, apenas Paulo Paim (PT-RS) e Walter Pinheiro (PT-BA) votaram em apoio à decisão do STF.
Mas Humberto Costa disse que não há “contradição” entre a posição da bancada e a do presidente do partido, Rui Falcão, que em nota disse que não era o momento de manifestar solidariedade a Delcídio.
A nota gerou críticas. — O partido se posicionou sobre o mérito, o fato.
Não há uma contradição (entre a posição do partido e a da bancada), porque há razões diferentes.
A bancada se debruçou sobre a constitucionalidade de outro Poder decretar a prisão de um parlamentar em flagrante.
Ninguém aprovou o que está relatado naquela fita — disse Humberto Costa, afirmando que a discussão era constitucional.
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Obviamente que, se for apresentado algum requerimento no Conselho de Ética, vamos nos posicionar sobre isso, sem nenhuma dúvida — disse Humberto Costa.
Sobre as novas informações envolvendo um pagamento de R$ 45 milhões ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo banco BTG, de André Esteves, ele disse serem graves.
Documentos com essas informações foram encontrados na residência de Diogo Ferreira, chefe de gabinete de Delcídio e também preso pela Polícia Federal. — É um fato que precisa ser devidamente investigado — disse Humberto Costa.
A bancada do PT quer definir até amanhã a substituição de Delcídio no comando da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e ainda no cargo de líder do governo no Senado.
Ele disse que essa segunda vaga deve ser definida em reunião com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.
A tendência é que o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), acumule a função de líder no Senado.
No caso da CAE, há vários senadores ligados a questões econômicas, como Walter Pinheiro, Lindbergh Farias (PT-RJ), que foi presidente da CAE na gestão passada, e a ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR).