Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado Em entrevista na última quinta-feira (19), o senador Aécio Neves (PSDB) criticou os rumos do Governo Federal e disse que, mesmo com as vitórias da presidente Dilma Rousseff na votação do ajuste fiscal, ela não é capaz de recuperar a governabilidade do País. “Os resultados que ela teve mostram que ela sequer tem metade dos votos na Câmara dos Deputados.
Enquanto a presidente não mostrar condições de sinalizar aos brasileiros de que as coisas vão melhorar, todo esse loteamento de cargos e barganhas que estão sendo feitas à luz do dia serão, a meu ver, absolutamente inócuas.
Eu acho que a presidente inicia o ano de 2016 numa situação ainda pior do que iniciou o ano de 2015”, disparou.
Sobre a alegação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), de que o impeachment perdeu força e deve ser discutido apenas em 2016, Aécio afirmou que o assunto não pode ser a pauta e o projeto de qualquer partido político. “O impeachment é uma previsão Constitucional.
Se amanhã se comprovasse, por exemplo, que houve utilização de dinheiro da propina, como investiga o Tribunal Superior Eleitoral, na campanha da presidente da República, sanções também deverão vir”, pontuou.
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O senador acredita que já existem pressupostos jurídicos para o impeachment, como a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) da rejeição das contas presidenciais. “Nós estamos vendo hoje um déficit que alcança R$ 115 bilhões.
Isso é algo quase que criminoso.
Qualquer país que preze as suas instituições e as suas leis, isso já seria motivo sim de afastamento da presidente da República”, afirmou.
Aécio também é a favor do afastamento de Cunha da presidência da Câmara. “Pelo que aconteceu nesses últimos dias, a nossa sensação é de que ele perdeu as condições de conduzir a Câmara dos Deputados, porque uma instituição da importância do poder Legislativo não pode ser conduzida em função de interesses pessoais de quem quer que seja”, constatou.