Sem alarde, a Polícia Federal apresentou ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido nas investigações sobre o envolvimento do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) com a Operação Lava Jato.
Nesta semana, o senador pernambucano pediu que se avançasse com a análise do impeachmente de Dilma.
Na sua coluna no JC, Cláudio Humberto relata que o pedido calou fundo entre os petistas. “Calou fundo, no Palácio do Planalto, a posição do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), ex-ministro de Dilma, afirmando que ela perdeu a legitimidade e a capacidade de liderar a superação da crise, e ainda defendendo que a discussão do impeachment comece sem demora”, informa a coluna, sob o título legitimidade.
A bancada federal, coordenada pelo deputado Fernando Filho (FBC), votou pela derrubada do veto de Dilma para o aumento do judiciário no Congresso.
Bancada do PSB votou a favor de reajuste para servidores do Judiciário e apoia processo contra Eduardo Cunha Através do Ofício 1232/2015 da Divisão de Corregedoria da Polícia Federal, a força-tarefa da Lava Jato disse que precisa de mais tempo para terminar as diligências sobre o senador.
O ofício foi assinado pelo delegado nesta quinta-feira (19) e protocolado no mesmo dia no STF, nos autos do INQ 4005.
O relator Teori Zavascki ainda não recebeu o ofício no seu gabinete, pois ainda estaria na secretaria do STF.
Segundo criminalistas, o ministro não deve tomar nenhuma decisão a respeito, pois certamente irá ouvir o procurador geral da República, Rodrigo Janot, antes de decidir.
Janot poderá tomar três atitudes neste momento processual, concordar com o pedido da Polícia Federal, pedir o arquivamento do inquérito (o que beneficia o senador), ou entender que as provas já são suficientes para propor uma ação penal (o que poderia tornar o senador réu, caso os ministros aceitem a denúncia).
Fernando Bezerra Coelho responde a mais três inquéritos no STF.
No INQ 4139 é investigado por supostas irregularidades na Prefeitura de Petrolina, junto com o deputado estadual Odacy Amorim (PT).
No INQ 3958, relatado pelo ministro Luiz Fux, é investigado por suposto crime de peculato.
Também responde a outro processo sigiloso, o INQ 3710, da relatoria do ministro Roberto Barroso.
Conforme já se informou, Fernando Bezerra reforçou sua defesa na Lava Jato com o advogado gaúcho André Luís Callegari, especialista em lavagem de dinheiro.
O especialista foi contratado desde o início do ano, assim que a Procuradoria Geral da República pediu a abertura de inquérito para investigar o senador pernambucano na Operação Lava Jato.
André Luís Callegari é advogado criminalista, doutor e pós-doutor em Direito Penal pela Universidad Autônoma de Madrid na Espanha.
A advogada Gabriella Rollemberg, filha do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), também atua na defesa do senador.