Ariston Flávio Advogado e professor em Direito Penso que estar à frente dos rumos da Ordem dos Advogados do Brasil é motivo de jubilo para aqueles que prezam pelo Direito e pela cidadania.
Observo que falta uma determinada noção da grandeza do cargo, de sua dimensão de influência dentro e fora do âmbito de classe.
Estamos pautando os rumos de uma das Instituições mais tradicionais e respeitadas de nosso país.
Falamos de uma instituição avessa a sectarismos que em sua essência é pautada pela pluralidade.
Sendo combativa tornou-se paradigmática no seio da sociedade brasileira.
Neste momento decisivo nos rumos desta inestimável Instituição, não podemos deixar de observar a sua trajetória que sempre afronta interesses poderosos, Falamos de uma instituição sem similar no panorama da estrutura administrativa do país.
Pois, por dever estatutário, não nos ocupamos apenas dos interesses dos advogados, temos o compromisso histórico com a defesa do Estado democrático de Direito e de suas instituições.
Apesar de todos os avanços na história democrática do país conseguimos apenas estabelecer as condições básicas, ainda temos muito a caminhar! É preciso levar adiante o amadurecimento de nossa democracia, e a OAB, como interlocutora da sociedade civil, precisa fazer-se cada vez mais presente e atuante sem vínculos partidários ou predisposições ideológicas.
A luta pela ética na política, e, sobretudo, pela ética nas eleições se faz urgente!
Temos a obrigação de pautar nossas eleições para escolha de nossos dirigentes de forma proba e coerente. É lamentável os rumos dos debates que tomaram ao longo desta campanha.
O processo politico foi pautado pelo discurso rasteiro, pelo debate do medo, pela afronta entre instituições, pela judicialização de demandas, como o fato de prestação de contas, quando é obrigação nossa, sermos os mais transparentes possíveis!
Deixamos de ser exemplos para a sociedade, é lastimável!
Vejo que após uma indagação feita, a mim mesmo, sobre se a escrita possui algum efeito no mundo exterior, respondo que não!
Ela não muda nada.
Insisto em afirmar que nada muda.
Escrevo sem a esperança de que alguma coisa que eu escreva possa mudar o que quer que seja.
Em artigo, anterior a este, alertei sobre as velhas praticas e reinvenção de uma nova politica, vejo que não conseguimos ser exemplos!
Deixamos de discutir temas caros para nossa classe e para a sociedade.
Não houve tempo para o bom debate!
Chegado ao fim de uma disputa permeada por agressões, acusações e difamações, se faz necessário se atentar aos fragmentos deixados pelo caminho, talvez sejam irreparáveis!
O contexto de nossa historia faz com que tenhamos a necessidade de construir pontes!
No mais, a OAB é a favor da sociedade, foi assim no passado, tem que ser assim no presente e será no futuro!
Creio que muito ainda temos a amadurecer e muito a oferecer para que nossa sociedade tão carente possa desfrutar!
Mas, é de bom tom ressaltar que a OAB não é partido político, nem disputa espaço com o poder político!
Vamos em frente, pois parafraseando um poeta: não quero mais que meu espirito ande com solas gastas!
Ainda há tempo! É preciso mudar!