Foto: Roberto Soares Declarações do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Isaltino Nascimento (PSB), publicadas na imprensa na última semana, renderam críticas da deputada Teresa Leitão (PT) durante a Reunião Plenária desta segunda (16) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Em entrevista à rádio Folha FM, o gestor teria reprovado a decisão da presidente Dilma Rousseff, durante seu primeiro mandato, de confiar a articulação com o Congresso Nacional a uma mulher, a ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC). “Uma mulher.
Imagine: na Câmara são 513 deputados, e tem pouco mais de 10, 20, 30 parlamentares mulheres.
A maioria é homem, e homem vai tomar uma, sai.
A mulher tem mais dificuldade em fazer essa abordagem, tem dificuldade de construir”, afirmou o secretário em passagem citada por Teresa Leitão.
LEIA TAMBÉM: > Teresa Leitão denuncia risco de escolas da rede estadual serem fechadas > Teresa Leitão denuncia uso político de perfuração de poços no Sertão > Teresa Leitão diz que Jarbas deveria “deixar de preguiça” e estudar dados do Bolsa Família A petista analisou que a manifestação de Nascimento, “destacado pela militância pelos direitos das minorias”, demonstra que esse pensamento está enraizado no ambiente político. “Repete-se que a mulher não tem capacidade de articulação, não é competente, que muita coisa é definida em mesa de bar e que as mulheres não são chegadas à boemia, ao diálogo”, descreveu.
Líder do Governo, Waldemar Borges (PT) enfatizou, em aparte, que a afirmação do “militante” Isaltino Nascimento não é o posicionamento da gestão socialista. “O secretário tem uma vida identificada com a luta das minorias, e não vai ser essa eventual infelicidade que vai desmerecer seu testemunho de vida”, sustentou.
Os deputados Edilson Silva (PSOL), Botafogo (PDT) e Zé Maurício (PP) desaprovaram a postura do secretário.
Já Socorro Pimentel (PSL) afirmou “que esse é o discurso de quem acredita que, para entrar na política, a mulher precisa ser esposa, filha, ou parente de algum político,” queixou-se. “Há oitenta anos conseguimos o direito ao voto, depois conseguimos ser candidatas, e a luta atual é para sermos respeitadas na política”, frisou Teresa Leitão.