Folhapress - A proibição a detentores de cargos públicos e seus parentes de aderir ao programa que regulariza recursos mantidos por brasileiros no exterior, confirmada em votação conturbada na noite de quarta-feira (12), contou com o apoio de metade do Conselho de Ética da Casa.
Que deputados pernambucanos votaram a favor da repatriação de recursos do exterior?
O resultado representou uma derrota ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem um processo de cassação em andamento na comissão julgadora.
O peemedebista é investigado na Lava Jato, acusado de ter sido beneficiário de esquema de corrupção na Petrobras.
No último dia 6, reconheceu sua ligação com contas suspeitas na Suíça, mas afirmou que a origem do dinheiro é lícita.
LEIA MAIS: » Para Raul Jungmann, repatriação de recursos anistia Eduardo Cunha » PT e PMDB não seguem bancadas em votação sobre repatriação de recursos Entre os deputados que votaram pela mudança no texto, contra os interesses do presidente da Casa, está o relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP).
O líder da bancada, Celso Russomanno (SP), liberou os deputados para votarem conforme achassem melhor.
Também não votou a favor de Cunha um antigo aliado, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que foi apoiado pelo peemedebista na eleição para a Presidência do Conselho de Ética, mas acabou derrotado por José Carlos Araújo (PSD-BA).
Araújo, junto com outros seis deputados que integram o Conselho, não registraram presença na votação da emenda, que teve início às 23h16 desta quarta.
Presente à votação, Leo de Brito (PT-AC), foi o único do Conselho que preferiu se abster. » Maior bloco da Câmara quer mudanças no PL da repatriação Somente três deputados apoiaram a emenda e seguiram o texto que Cunha e o governo gostariam de manter.
São eles: Zé Geraldo (PT-PA), Mauro Lopes (PMDB-MG) e Washington Reis (PMDB-RJ).
Como informou a Folha de S.Paulo, apesar das orientações de suas bancadas, os deputados do PT e PMDB se rebelaram e não votaram a favor da manutenção do trecho que permite a políticos e detentores de cargos públicos participarem do programa de regularização de recursos no exterior.
A emenda foi aprovada por 351 votos a favor e 48 contrários. » Aprovação é uma imoralidade, diz Daniel Coelho sobre projeto de repatriação » Para Raul Jungmann, repatriação de recursos anistiaria Eduardo Cunha PT, partido da presidente Dilma Rousseff, teve apenas 10 dos 57 deputados presentes fieis à orientação do líder Sibá Machado (AC).
O Palácio do Planalto mantém acordos velados com Cunha para blindá-lo, como forma de evitar o impeachment de Dilma, o que, em um primeiro momento, depende do deferimento do peemedebista.
Governo tenta para barrar crimes incluídos em projeto de repatriação de recursos Até mesmo no PMDB, partido de Cunha, foram registradas “traições” à orientação da bancada.
Dos 49 parlamentares do partido que registraram presença no plenário, só 23 votaram com o partido.
VOTAÇÃO DA EMENDA QUE PROÍBE POLÍTICOS E FAMILIARES DE ADERIREM AO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO DE RECURSOS NO EXTERIOR Placar final: Sim - 351 Não - 48 Abstenção - 5 Como votou cada membro do Conselho de Ética: A favor da emenda, contra Cunha Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) Erivelton Santana (PSC-BA) Fausto Pinato (PRB-SP) Paulo Azi (DEM-BA) Sérgio Brito (PSD-BA Valmir Prascidelli (PT-SP) Betinho Gomes (PSDB-PE) Júlio Delgado (PSB-MG) Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) Sandro Alex (PPS-PR) Contra a emenda, a favor de Cunha Zé Geraldo (PT-PA) Mauro Lopes (PMDB-MG) Washington Reis (PMDB-RJ) Abstenção Leo de Brito (PT-AC) Não estavam presentes Cacá Leão (PP-BA) Paulinho da Força (SD-SP) Ricardo Barros (PP-PR) José Carlos Araújo (PSD-BA) Vinicius Gurgel (PR-AP) Wellington Roberto (PR-PB) Marcos Rogério (PDT-RO)