O líder do PSDB na Câmara Municipal do Recife, André Régis, afirmou que a declaração do presidente do STF, Ricardo Lewandowsky, pela qual o Brasil precisa ter paciência e não embarcar num golpe de estado nos próximos três anos, não faz sentido. “Se for para pedir não golpe, por que três anos?

Significa isso que no quarto ano poderemos ter um golpe?

Ou simplesmente ele colocou três anos porque é a duração do mandato da presidente Dilma que foi responsável pela sua ascensão juntamente com Lula e agora ele compõe a base de apoio ao governo no STF que preside?”, questionou o vereador.

LEIA MAIS: » Presidente do STF defende ‘aguentar três anos sem golpe institucional’ » Reverbera discurso do petismo, diz Mendonça Filho “É uma declaração descabida.

Recordo que na época de Fernando Henrique Cardoso o PT dizia, até para diminuir o papel do ministro Nelson Jobim no STF, que ele era o líder do governo naquela corte.

Parece que esse papel agora é do ministro Lewandowsky, que é o presidente daquele tribunal”, disse Régis.

Para o vereador, a declaração é muito infeliz até mesmo porque o ministro sabe que a presidente Dilma Rousseff está com um processo de julgamento em curso no TSE cujo trâmite pode resultar na perda do registro da candidatura presidencial, e consequentemente na perda do cargo de presidente da Republica. “A fala do presidente do STF pode atingir diretamente um órgão do próprio poder judiciário que é o Tribunal Superior Eleitoral.

Se ele quis falar do ponto-de-vista do jogo político acerca de um processo de impeachment, a declaração também não é cabível na medida em que leva ao entendimento de que ele falou para dar sustentação à presidente Dilma Rousseff cuja situação é de muita fragilidade”, afirmou.

André Régis enfatizou ainda que a opinião do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso segundo o qual o sistema politico brasileiro está falido, é correta e ele merecia ganhar o premio Nobel de Ciência Política caso essa categoria fosse objeto de premiação.

Régis fez alusão à coragem de FHC por ele ter lançado os diários de seus primeiros dois anos na presidência da república, revelando o cotidiano de um chefe de estado e os bastidores de como funcionam as estruturas do governo e as pressões que ele sofreu no jogo do poder. “Tenho lido e me impressiona a capacidade de visão critica de FHC sobre o sistema político brasileiro que naquele momento já dava sinais de fadiga e agora entrou em colapso”, concluiu.