Ás vésperas de ter um pedido de intervenção julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJPE), a pedido do Ministério Público do Estado (MPPE), o prefeito de Gravatá, Bruno Martiniano (sem partido) disse ao Blog de Jamildo, por telefone, no final desta manhã, que estava tranquilo e aguardando o desenrolar dos fatos. “Respeito a democracia.
Vou provar a minha inocência”, disse, de sua casa, onde repousa por recomendação médica após ter passado mal nesta sexta-feira. “Não houve desvio.
A crise é nacional.
A gente trabalhou para reduzir o limite da folha, cortou R$ 300 mil, mas a arrecadação caiu 30%.
Não temos como tirar professor”, declarou, justificando um dos pontos do pedido de intervenção, baseado em suposto descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Em sua avaliação, boa parte das agruras que vem sofrendo está relacionada com as eleições de 2016. “São oito pré-candidatos na cidade.
Alguns não tem voto, mas querem ser candidatos.
Outros querem ser candidatos, mas não podem, como Joaquim Neto, com problemas com a Justiça Eleitoral”, enumera.
LEIA TAMBÉM: > Bruno Martiniano passa mal e fica de repouso em casa, no Recife > Em Gravatá, Bruno Martiniano tenta por fim a greve de servidores > Só na previdência, rombo da gestão de Bruno Martiniano é de R$ 8,6 milhões No entanto, ao falar dos problemas de gestão e com as autoridades, Bruno Martiniano cita principalmente a herança deixada pelo ex-prefeito Ozano Brito, do PSDB. “Hoje mesmo recebi uma notificação aqui em casa da Polícia Federal.
Cobrando explicações sobre R$ 2 milhões do Fundeb em 2012.
Não sou eu, não é comigo, quem era o prefeito era Ozano Brito, mas eu tenho que responder”, cita. “Da mesma forma acontece com a acusação dos lotes de condomínio.
Foi em 2012 que deram entrada, na época de Ozano, foi aprovado um ano depois.
Não foi comigo o processo.
Não tenho nada a ver, nem assino, pois é com a secretaria de Planejamento”, observa.
O gestor aponta que recebeu em 2013 o comando do município com um rombo de R$ 55 milhões e, deste valores, teve que pagar R$ 7 milhões em folha de salários atrasados. “Ozano Brito já assumiu com um rombo deixado por Joaquim e ficou calado (por ser aliado).
Eles receberam a prefeitura enxuta, deixada por meu pai” LEIA TAMBÉM: > Sem aparecer na Prefeitura de Gravatá, oficial de Justiça cita Bruno Martiniano em posto de gasolina no Recife > Em Gravatá, ex-deputado e adversário diz que Bruno Martiniano pode ser preso > Irmã juíza diz que família está sofrendo com acusações contra Bruno Martiniano Na área de previdência dos servidores, outro dos problemas apontados pelo TCE, Bruno Martiniano também culpa os antecessores pelas dificuldades. “Eles recolhiam o dinheiro dos servidores para a previdência, mas não repassavam.
Hoje, eu tenho que pagar o atual e o atrasado.
Estou tendo que pagar o que Ozano não pagou.
Só em 2012 foram R$ 2,2 milhões.
Hoje, há R$ 9 milhões aplicados no caixa do fundo, mas pelas regras da previdência eu não posso usar”, explica.
Bruno Martiniano conta que até o governo do Estado ajuda a complicar o caixa do município e deu um exemplo.
Ele cita o pagamento dos ônibus que levam alunos de noite para casa.
O custo soma R$ 79 mil por mês e o Estado ajuda com R$ 11 mil, mas a empresa está há dois meses sem receber. “Faz cinco meses que o Estado não paga a sua parte.
Nós estamos bancando o Estado.
Não posso deixar de colocar os ônibus para levar os alunos de volta para casa à noite”