A elevação do dólar frente ao Real, depois da crise política e econômica do governo Dilma, impactou os números da Petrobras, que vive atualmente enormemente endividada e busca vender ativos para recompor o caixa, como uma expressiva participação acionária na BR Distribuidora.

No mês passado, a estatal vendeu suas cotas nas empresas de gas estaduais para os japoneses da Mitsui.

Neste momento, a estatal também enfrenta uma greve de petroleiros.

Sob orientação da CUT, ligada ao PT, a greve busca impedir ainda a venda de ativos da estatal, sob a argumentação de que desmonta a empresa.

Em um balanço publicado nesta quinta-feira, a empresa informa que o lucro líquido da Petrobras de janeiro a setembro foi 58% inferior ao mesmo período do ano passado.

A Petrobras tem lucro líquido de R$ 2.102 milhões nos nove meses de 2015.

No mesmo periodo do ano passado havia sido de R$ 5 bilhões.

De acordo com a empresa, o resultado reflete o aumento das despesas financeiras líquidas em função da desvalorização cambial e do acréscimo nas despesas com juros.Segundo a empresa, houve aumento de 5,39 bilhões em despesas financeiras dessa natureza.

Outro fator foi a redução nas exportações de petróleo no período.

O noticiário econômico não deixou de registrar que se trata do terceiro número negativo nos últimos cinco trimestres.

O prejuízo foi ainda mais negativo do que a expectativa de analistas do mercado financeiro que acompanham a estatal.

Em 30 de setembro último, passou a vigorar o aumento de 4% para o diesel e 6% para a gasolina.

No balanço, a empresa destaca ainda que os investimentos totalizaram R$ 55,5 bilhões, 11% menor que o mesmo período de 2014.

O segmento de Exploração e Produção no Brasil concentrou 78% dos recursos.

Em dólares, os investimentos atingiram US$ 17,5 bilhões, 36% abaixo do mesmo período do ano passado (US$ 27,3 bilhões).

Depois do escândalo da operação Lava Jato, a empresa foi obrigada a abrir os dados de vários investimentos feitos sob orientação política e chegou a reconhecer mais de R$ 6 bilhões de prejuízos em balanço do ano passado.

Nesta quinta-feira, outro balanço, não oficial, foi divulgado, apontando prejuízo ainda maior, de R$ 42 bilhões, de acordo com a Polícia Federal.

No meio da crise, a estatal foi obrigada a contabilizar perdas bilionárias com o cancelamento dos projetos das refinarias Premium I e II e com recebíveis no setor elétrico. “Essa combinação de fatores contribuiu para o forte prejuízo do período e para o Ebitda inferior a 10 bilhões de reais, o que não ocorria desde 2008”, informa em nota explicativa.

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No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a estatal acumula lucro líquido de 2,10 bilhões de reais, o que representa uma queda de 58% na comparação com o mesmo período de 2014.

Ainda de janeiro a setembro, a dívida líquida da empresa subiu 43%, para 402,3 bilhões de reais, ante 282 bilhões de reais no mesmo período de 2014.

Já os investimentos somaram 55,48 bilhões de reais no acumulado do ano até setembro, montante 11,3% inferior ao desembolsado no mesmo período do ano passado.

De acordo com o mercado, a queda já era esperada e tem como pano de fundo o delicado momento financeiro enfrentado pela estatal.