Situação de Eduardo Cunha está cada vez mais complicada.

Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados Documentos enviados pelas autoridades da Suíça à Procuradoria-Geral da República contrariam a versão do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que ele nunca movimentou o dinheiro depositado em uma de suas contas na Suíça por um lobista investigado na Operação Lava Jato.

Eduardo Cunha usou nome da mãe como senha em banco suíço Segundo informa nesta quinta-feira (12) o jornal Folha de São Paulo, Extratos das contas mostram que os recursos foram movimentados duas vezes no ano passado.

Uma parte foi aplicada em ações da Petrobras e o restante foi transferido para uma conta de uma empresa de Cingapura que tem Cunha como beneficiário.

LEIA MAIS: » Filho de ex-deputado Fernando Diniz nega depósito em conta de Cunha na Suíça » Cunha diz que foi à África 37 vezes em dois anos para vender mercadorias Em junho de 2011, o lobista João Augusto Henriques depositou 1,3 milhão de francos suíços (o equivalente a R$ 4,8 milhões hoje) numa conta de Cunha após intermediar a venda de um campo de petróleo na África para a Petrobras.

A Procuradoria aponta o depósito como evidência de que o deputado participou do esquema de corrupção na Petrobras e conseguiu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para investigá-lo. » Fausto Pinato diz que pode mudar data de entrega de relatório se Cunha antecipar defesa » Líder do PSDB confirma rompimento com Cunha e diz que sua defesa é inconsistente » Após PSDB, demais partidos de oposição ameaçam abandonar Cunha Em entrevistas à Folha e outros veículos na semana passada, Cunha disse que os administradores da conta o informaram da transferência em 2012 e ele os orientou a manter o dinheiro intocado até que alguém o reclamasse.

Os extratos contam outra história.

O dinheiro depositado por Henriques ficou parado na conta Orion até janeiro do ano passado, quando 328 mil francos suíços foram convertidos em dólares para cobrir um investimento em ações da Petrobras na Bolsa de Nova York, no valor de US$ 362 mil. » Dinheiro depositado em contas na Suíça não é nada de mais, diz Cunha » MP da Suíça contesta defesa de Cunha e suspeita de lavagem de dinheiro » Suíça investiga três bancos por lavagem de dinheiro saído da Petrobras A conta Orion era administrada por um ‘’trust’’, uma entidade criada para administrar o dinheiro em benefício de Cunha.

A conta possuía valores em francos suíços, euros e dólares.

Em abril de 2014, pouco depois das primeiras prisões da Operação Lava Jato, a conta foi fechada.