Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados O vice-líder da oposição na Câmara, deputado federal Raul Jugnmann (PPS), voltou a criticar a proposta do Governo Federal de repatriação dos recursos enviados ao exterior.

Mas desta vez, além de afirmar que o projeto de lei 2960/2015 protege os sonegadores e “enterra” a Operação Lava Jato, o parlamentar também ressaltou que a aprovação da matéria beneficiaria o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), acusado de possuir contas na Suíça sem declaração dos bens à Receita Federal.

LEIA MAIS: » Falta clareza no texto sobre repatriação de capitais, diz vice-líder do governo » Para Raul Jungmann, repatriação de recursos enterra Operação Lava Jato “É preciso dizer que, votado e aprovado este relatório, este plenário estará anistiando o seu presidente, Eduardo Cunha, pois este projeto repatria recursos lícitos e ilícitos”, discursou Jungmann. “Além disso, serão alcançados todos os réus das operações Lava Jato e Zelotes, que não têm a condição de transitado e julgado.

Esse projeto se baseia única e exclusivamente na presunção da declaração de um criminoso, que sonegou, que lavou, que fraldou, que enviou para o exterior ou lá mantém recursos.

E parte deste plenário pode vedar e impossibilitar que o Estado Brasileiro possa punir bandidos, corruptos e traficantes”, continuou. » Governo tenta para barrar crimes incluídos em projeto de repatriação de recursos Raul Jugnmann ainda denunciou que o projeto permite ainda a anistia de “laranjas” usados para enviar dinheiro para fora do País. “Permite também a anistia de organizações criminosas, impedindo que os Poderes da República possam investigar.

Se aprovarmos isso hoje, seremos cumplices do crime organizado, da evasão de receita, do narcotráfico e da corrupção. É colocar este plenário, este Congresso, este País, na mesma condição da associação criminosa que será anistiada”, alertou, elevando o tom do discurso. » Com mudanças, repatriação é aprovada em comissão e vai para plenário da Câmara “Não é possível que este plenário venha a aceitar que a dignidade, a honra nacional seja vendida por um prato de lentilhas ou R$ 150 ou R$ 200 bilhões.

Isto nos cobriria de vergonha.

Quem tiver seu nome no painel, dizendo sim, saiba que vai estar do lado do crime, da sonegação, da corrupção.

Os que dizem sim à continuidade das operações Lava Jato e Zelotes, não à corrupção, não à falta de vergonha, não à venda da dignidade nacional, votarão contra este projeto”, enfatizou.