Foto: Lula Marques/ Agência PT Folhapress - Puxados pelo PSDB, que vai anunciar uma posição em favor da cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quarta-feira (11), os principais partidos de oposição também ameaçam abandonar o peemedebista.

Até então, a oposição da Câmara tem sido, junto com o chamado “baixo clero”, o pilar de sustentação de Cunha, mesmo após as denúncias de envolvimento no esquema da Operação Lava Jato.

LEIA MAIS: » Líder do PSDB confirma rompimento com Cunha e diz que sua defesa é inconsistente » Bancada tucana agora quer a cassação de Eduardo Cunha Na noite de terça (10), o PSDB reuniu sua bancada de deputados federais e, por unanimidade, decidiu pedir no plenário a saída de Cunha da Presidência, bem como sair em defesa da cassação do mandato do peemedebista, a menos que ele consiga comprovar inocência nas acusações de envolvimento no petrolão.

DEM e PPS devem reunir suas bancadas ainda esta semana para definir as posições, mas a tendência clara é que sigam os tucanos.

O Solidariedade, liderado por Paulinho da Força (SP), é o único partido de oposição que deve permanecer ao lado de Cunha. » Fausto Pinato diz que pode mudar data de entrega de relatório se Cunha antecipar defesa » Cunha diz que foi à África 37 vezes em dois anos para vender mercadorias As conversas ocorridas na terça, dias após Cunha vir a público e justificar a existência de contas no exterior em seu nome e a geração de fortuna na década de 80 com a venda de carne enlatada, as bancadas dos partidos avaliaram a fala do peemedebista como “inconsistentes”.

O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), reiterou sua posição, que segundo ele tem apoio da bancada, de que as justificativas não convenceram.

Já o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), que há duas semanas não participa mais de reuniões com o peemedebista fora da Câmara, que costumam acontecer na residência oficial, afirmou que o partido defende o Conselho de Ética e a investigação clara, mas se diz estarrecido com os argumentos usados pelo presidente da Casa. » Relator afirma que pode antecipar texto sobre Cunha A decisão do PSDB, que será anunciada em coletiva de imprensa, e essa ameaça dos outros dois principais partidos de oposição, representam uma mudança de posicionamento.

Embora todos os líderes dessas siglas tenham assinado há algumas semanas uma nota em que pediam a saída de Cunha da Presidência da Câmara, mantinham a sustentação política de Cunha nos bastidores com o intuito de não inviabilizar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. “O ideal seria que ele e Dilma renunciassem.

Me sinto muito mal tendo ele como presidente”, afirmou na noite de terça o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP).

Durante a coletiva, o PSDB vai divulgar uma nota reiterando seu posicionamento.

Sampaio também falará no plenário e promete reiterar a posição de bancada.

Até o momento, somente PSOL e Rede pediam publicamente a saída de Cunha durante as sessões.

Cunha sofre processo de cassação no Conselho de Ética.

O parecer preliminar do relator Fauto Pinato (PRB-SP) deve ser votado dia 24, quando será definido se o caso segue ou será arquivado.

Além de ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob acusação de envolvimento no escândalo da Petrobras, ele escondeu patrimônio milionário no exterior.