Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem A audiência pública com o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), começou acalorada na manhã desta sexta-feira (6).

A sessão aconteceu logo após uma coletiva de imprensa, na qual ele sinalizou que gostaria de ser uma opção para as eleições de 2018.

Com o plenário lotado de simpatizantes do deputado, houve muita gritaria e palavras de apoio.

Na plateia, uma minoria se posicionava contra Bolsonaro, o chamando de “fascista” e “nazista”, e os ânimos ficaram acirrados.

Confira a chegada do deputado na Alepe: https://youtu.be/zsV6FjPdKII A sessão começou com o discurso do Procurador Geral da Alepe, Ismar Teixeira Cabral, exaltando o porte de arma e agradecendo o posicionamento de Bolsonaro.

LEIA TAMBÉM: > Pernambuco tem alta taxa de homicídios porque as vítimas não têm armas, dispara Bolsonaro > Bolsonaro e Ferro travam duelo entre direita e esquerda no debate da Rádio jornal O relógio marcava 7h e eleitor solitário já esperava na Alepe por Jair Bolsonaro.

Durante a audiência, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) subiu à tribuna para tecer críticas às ideias de Bolsonaro e foi hostilizado pelo público.

Edilson disse que o deputado era bem-vindo em Pernambuco e que defendia o direito dele expor suas opiniões, porém, de acordo com ele, Bolsonaro quer um regime que não respeita a liberdade de os outros exporem suas ideias, fazendo referência à ditadura militar.

Confira o discurso de Edilson Silva: https://youtu.be/mAwWa2VMD5g Sob gritos de “vai pra Cuba” da plateia, Edilson precisou sair escoltado pela polícia após o discurso.

O deputado Joel da Harpa, responsável pela organização da audiência, criticou Edilson. “Algumas falas foram equivocadas nessa Casa, não estamos implantando ditadura, mas fortalecendo a democracia no País.

Edilson pecou por ter saído após sua fala, deveria ter ficado pra ouvir nossos posicionamentos, porque essa é uma casa democrática”, ressaltou. https://youtu.be/ikzqrnULQzA DISCURSO DE BOLSONARO Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem Bolsonaro foi o último a subir à tribuna.

Sob gritos de apoio a sua candidatura à presidência em 2018, ele iniciou o discurso criticando o projeto do deputado Jean Wyllys (PSOL) que, segundo ele, permite uma criança de 12 anos a fazer cirurgia para retirar o órgão sexual sem o consentimento dos pais. “Se o Jean não vai ter família, é lógico, nunca poderá se reproduzir.

Vou plagiar Levy Fidélix: só é possível com inseminação artificial.

Ele não pode atacar a família dessa maneira, mas esses são os representantes do Psol”, disse.

Ele continuou atacando o partido socialista e afirmou que, caso fosse marcada uma audiência pública na Alepe com Wyllys, não teria receptividade. “Acho que não viria ninguém, nem eles mesmos se não tivesse pão com mortadela”, debochou.

Bolsonaro aproveitou para falar que não foi acusado de envolvimento no mensalão, fazendo referência às críticas de corrupção de Edilson Silva. “Saiu daqui o elemento que falou que estou no partido mais corrupto do país.

Joaquim Barbosa falou que eu fui o único deputado da base do Governo que não foi comprado pelo PT.

Esse elemento que estava aqui falando [Edilson] tem cara de quem é comprado por um sanduíche de mortadela”, atacou.

Sobre Pernambuco, ele destacou que o crescimento do estado está sendo impedido pelo Governo. “O Estado de Pernambuco será o que mais decrescerá entre todos os estados do Brasil por uma causa importantíssima: falta de investimento no Porto de Suape.

Mas o Lula e Dilma investiram no Porto de Miami, em Cuba.

Ou seja: dinheiro para a ditadura, não falta”, pontuou.

O deputado também abordou temas como cotas para negros, preconceito contra nordestinos, Lei da Palmada, desrespeito aos professores, Bolsa Família e invasão de terras pelo MST.

Confira trecho do discurso no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=H-ZJxfsT-Jg&feature=youtu.be Na saída do plenário da Alepe, o clima ficou tenso entre grupos pró e contra Bolsonaro.

De um lado, manifestantes que discordam do posicionamento conservador chegaram a atirar ovos contra as pessoas que apoiavam o deputado.

A Polícia Militar teve que intervir para acalmar os ânimos e dispersar o tumulto. https://www.youtube.com/watch?v=clJjMAeyLRo&feature=youtu.be