Com diversas barragens em estado de calamidade, a falta de abastecimento de água no Sertão voltou a ser tema de debate acalorado, na Assembleia Legislativa.

O deputado estadual Miguel Coelho (PSB) levantou a discussão ao criticar um impasse entre a Chesf e o Ibama para reduzir a vazão no reservatório de Sobradinho.

Segundo o parlamentar socialista, sem a redução, existe o risco de um colapso na irrigação da fruticultura ocorrer já em dezembro.

A decisão, contudo, ainda depende de um plano de contingenciamento exigido pelo Ibama à Chesf. “A gente não quer causar nenhum problema para o meio ambiente, mas é necessário agilizar esse processo.

Uma semana de atraso na atual situação pode representar um prejuízo de um ano inteiro”, avaliou o socialista.

A demora para a instalação das bombas para captação de água no Lago de Sobradinho também foi criticada pelo deputado. “A Codevasf se comprometeu a terminar a obra até o dia 15 de dezembro.

Com a vazão atual, de 900m³ por dia, o volume útil de Sobradinho pode acabar 10 dias antes desse prazo.

Nesse meio tempo, pode haver um colapso na fruticultura irrigada.” A falta de limpeza de barragens, a demora em obras de infraestrutura hídrica e medidas emergenciais de convivência com a estiagem também entraram no debate através de apartes dos deputados Augusto Cesar, Angelo Ferreira, Rodrigo Novaes e Julio Cavalcanti. “Parece que a atenção do Governo Federal está só voltada para a governabilidade, a relação com o Congresso e a Lava-Jato.

Enquanto isso, o povo sertanejo, que elegeu a presidente, está esquecido”, resumiu Novaes.