Melhor estrutura, maior movimentação de passageiros e menor necessidade de investimento.
Esses fatores podem ser decisivos para que Pernambuco seja escolhido para abrigar o Hub da Latam.
Por outro lado, as cidades concorrentes também apresentam diferenciais interessantes.
Natal, por exemplo, apresenta a maior rede hoteleira, além de ser a cidade mais próxima da América do Norte e da Europa, dentre as concorrentes.
Os diferenciais competitivos de Recife e Natal foram discutidos na manhã de hoje, dia 05, durante o evento “Hub Latam: Impactos e oportunidades para Pernambuco”, realizado pela Amcham Recife, em sua sede, no Pina.
Participaram do encontro o professor Maurício Pina, do departamento de engenharia da UFPE, que destacou as vantagens competitivas do Recife.
O também professor Marcílio Cunha, conselheiro do GELPE (Grupo de Estudo da Logística de Pernambuco), por sua vez, ressaltou por que Natal também tem plenas chances de ser a escolhida da Latam para receber o investimento.
De acordo com Pina, se os critérios técnicos prevalecerem é impossível que Recife não seja a escolhida. “Figuramos, junto com o aeroporto de Curitiba, como o melhor aeroporto do país, segundo avaliação da Secretaria de Aviação Civil”, comenta o professor.
Para ele, contudo, o principal diferencial do Recife é o fato de a capital pernambucana ser a cidade que menos irá demandar investimento, em comparação com as concorrentes.
O especialista citou o fato de um estudo recente da Arup ter analisado que Recife seria a única cidade que precisaria construir um novo terminal, enquanto que as outras precisariam apenas realizar expansões. “Muitas pessoas viram isso como uma desvantagem para o Recife, o que não é verdade.
Para a empresa privada, a Latam, pouco importa o que precisa ser feito.
O importante mesmo é o que será gasto, e nossa cidade é, de longe, a que demandará menos investimentos: R$ 338 milhões.” O aeroporto de Fortaleza, por sua vez demandaria R$ 471 milhões (39% a mais), enquanto que o aeroporto de Natal exigiria recursos da ordem de R$ 524 milhões (55% a mais).
A capacidade de movimentação de passageiros do aeroporto do Recife também seria um ponto a favor, conforme Maurício.
A capital pernambucana tem capacidade de movimentar 16,5 milhões de pessoas por ano.
Consideravelmente mais do que Fortaleza (6,2 milhões) e Natal (8 milhões).
O consultor de logística Marcílio Cunha, por outro lado, ressaltou que Natal apresenta também plenas chances de receber o Hub da Latam. “Dentre as três capitais, Natal é a mais próxima da América do Norte e da Europa.
O aeroporto também é o que mais apresenta potencial de expansão: são 1,5 mil hectares disponíveis para expansões futuras.” Cunha também ressaltou que Natal se destaca por oferecer a melhor experiência ao passageiro.
A rede hoteleira da capital potiguar, por exemplo, é a maior dentre as concorrentes, com 27.400 leitos. “Além do que Natal possui mais de 400 km de praias e se desponta como um excelente destino turístico”.
Em relação ao fato de o aeroporto de Natal ser o mais afastado da cidade, o especialista em logística comenta que há um projeto de construção de uma linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que interligará o centro da capital potiguar ao aeroporto.