Foto: reprodução da Internet O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), líder da Frente Parlamentar pelo Controle de Armas, pela Vida e pela Paz, acredita que o Projeto de Lei 3722/2012, que revoga o Estatuto do Desarmamento, não será aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados, quando for colocado em votação.

Para ele, os parlamentares darão voz às manifestações contrárias à flexibilização do porte de armas e seguirão em direção diferente da chamada “bancada da bala”, que conseguiu a aprovação do texto-base e suas emendas na Comissão Especial do Desarmamento nesta semana. “É emocionante a reação da sociedade.

Estamos vendo depoimentos de vários políticos, interdependente de partido, e de lideranças da sociedade civil, contrários à aprovação desta insanidade.

Há posicionamento neste sentido de Fernando Henrique Cardoso a Marina Silva; do pastor Silas Malafaia ao secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner; do José Mariano Beltrame (secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro) aos comandantes das PMs, que afirmam que vai haver um banho de sangue.

Isso é uma sandice.

Isso não pode passar”, afirmou.

LEIA TAMBÉM: > Humberto diz que pauta da Câmara dos Deputados é “conservadora e medieval” > Em vídeo, FHC diz que revogação de Estatuto do Desarmamento é ‘um escândalo’ Duro em suas críticas ao relatório do deputado Laudivio Carvalho aprovado na Comissão Especial, Raul Jungmann alerta para os perigos dessa flexibilização. “O relatório desfigura, destrói o Estatuto do Desarmamento, porque libera o porte de armas para todo e qualquer cidadão.

Isso quer dizer que teremos que conviver com armas em campo de futebol, em festas e no trânsito.

Vamos precisar dizer aos nossos filhos e netos que se armem, pois, se forem em uma festa, seus colegas estarão armados.

Essa resolução armará toda a sociedade que já mata mais do que em uma guerra civil”, salientou.

Mesmo sendo deputado, Raul Jungmann também é contra a permissão do porte de armas para os parlamentares. “Para que querem uma arma?

O parlamentar é representar o povo, e não se defender dele, transformando os parlamentos em arenas parecidas com o UFC.

Se aprovado esse projeto, viveremos essa triste realidade”, lamentou.

A Comissão Especial do Desarmamento aprovou, dentre outras alterações, a redução da idade mínima para a compra de armas de fogo de 25 para 21 anos e a autorização da posse e do porte para pessoas que respondem a inquérito policial ou processo criminal na Justiça.

Além do mais, cada cidadão poderá portar até seis armas de diferentes calibres e comprar 600 munições por ano.