A pesquisa que não sabe somar Por Virgínia Pimentel, advogada O que se espera das pesquisas encomendadas e divulgadas, ao lado dos institutos contratados, são dois atributos essenciais: confiança e imparcialidade.
Não é o caso da pesquisa para as eleições da OAB/PE.
E é lamentável.
Pois a pesquisa divulgada se resumiu a uma matéria paga pela Chapa da situação nos três jornais de grande circulação em Pernambuco.
Pesquisa ética e imparcial é aquela que disponibiliza o questionário e a respectiva metodologia previamente, tudo para possibilitar que as demais Chapas concorrentes deles tomem conhecimento e possam impugnar as perguntas, por óbvio, antes da publicação. É o que se exige de uma disputa com isonomia entre os candidatos e com regras claras que repudiem a deslealdade.
Não existiu ética na pesquisa divulgada pela Chapa da situação, pois foi manipulada na surdina, sem que os adversários pudessem impugnar o questionário ou conhecer da sua metodologia.
Nenhuma Chapa adversária foi notificada para tomar conhecimento do pedido de registro e sobre ele se manifestar.
O mero protocolo de uma petição no protocolo geral da OAB/PE jamais sanará a deslealdade.
Conforme confessou o candidato do continuísmo, a pesquisa foi realizada em um único dia e, por coincidência, foi o mesmo dia do malsinado protocolo do pedido na OAB/PE.
No mesmo dia 29/10/2015 foi realizada a pesquisa e o protocolo do pedido de registro, sem dar conhecimento aos demais concorrentes.
Mais grave e em total absurdo, uma vez que a deslealdade foi patente, é que NÃO FOI PRESERVADA A IDENTIDADE DO ELEITOR.
A garantia do sigilo e do anonimato dos entrevistados não foi preservada.
O instituto de pesquisa identificou o nome, o número da OAB e o número de telefone do entrevistado.
Nesse contexto, não é a metodologia do “tracking” que não tem credibilidade e, sim, a forma como a Chapa da situação ardilosamente a utilizou.
Seja porque não possibilitou uma disputa leal com seus adversários, tramando tudo na surdina.
Impossibilitando, portanto, a impugnação.
Seja porque identificou os entrevistados.
Para tanto, disponibilizo o áudio gravado da minha entrevista, onde a entrevistadora garantiu que a pesquisa NÃO SERIA DIVULGADA.
Não temos lealdade, confiança e credibilidade.
Confira o áudio: https://youtu.be/e9URBwKvNgU Ao analisar a divulgação, observa-se que a famigerada matéria paga divulga apenas uma única pergunta da pesquisa.
Justamente aquela que merecia impugnação, se ocorresse lealdade.
Quem decidiu pelos nomes dos apoiadores?
O candidato Emerson Leônidas não teve nenhum apoiador personificado, a não ser uma associação que pode ser desconhecida de ampla maioria.
Ficou em evidente desvantagem.
As perguntas mais simples e singelas não foram realizadas: a) No próximo dia 19 de novembro haverá eleições para Presidente da OAB de Pernambuco, o Sr. (a) votará em que candidato? (Espontânea); e b) Se as eleições para Presidente da OAB/PE fossem hoje e os candidatos fossem esses em quem o Sr. (a) votaria?
Emerson, Jefferson ou Ronnie (Estimulada e em ordem alfabética).
E a pergunta sobre a rejeição?
Ao contrário, preferiu a Chapa da situação mascarar uma pergunta que ficou ilegível em sua publicação paga.
E que nem os percentuais soube somar.
Somando-se os percentuais dos candidatos com branco e não sabe responder, o total é 95%. (46 + 25 + 7 + 8 + 9) Lamentável ainda é saber que o mesmo instituto foi contratado pela OAB/PE para avaliar a gestão, com os recursos da nossa anuidade (https://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2015/06/25/pesquisa-aponta-79-de-aprovacao-da-atual-gestao-da-oab-pe/).
E, agora, também é contratado pela Chapa da situação, onde se misturam as figuras de diretores e candidatos, em verdadeira confusão do que é público e do que é privado. É Hora de Mudar!