Na mesma sentença em que o juiz Sérgio Moro faz a condenação do ex-deputado Pedro Corrêa no processo da Operação Lava Jato, foram absolvidos Fábio Corrêa, filho do ex-deputado, e Márcia Danzi Corrêa, esposa de Fábio.

Ambos foram defendidos por escritório do advogado pernambucano Plínio Leite Nunes, que fez as alegações finais acolhidas pela Justiça Federal.

Alegações finais de Fábio Corrêa Alegações finais de Márcia Danzi Em abril deste ano, no mesmo tempo em que Pedro Corrêa era levado para Curitiba, para responder aos questionamentos da Lava Jato, a nora do ex-deputado Márcia Danzi Correa de Oliveira foi levada à sede da Polícia Federal (PF) no Recife para prestar esclarecimentos.

A PF também vistoriou o apartamento da mulher, em Boa Viagem, para recolher computadores e documentos que pudessem contribuir com as investigações.

Márcia chegou acompanhada pelo marido, Fábio Corrêa, advogado da família, e foi liberada em seguida.

Pedro Corrêa cumpria pena em regime semiaberto em Canhotinho desde janeiro de 2014 , por envolvimento no caso mensalão.

Na sexta 10 de abril, teve mandado de prisão expedido na 11ª fase da Lava Jato. “Considerando que o investigado cumpre pena em virtude de condenação desse Supremo Tribunal Federal, solicito autorização para o cumprimento do mandado de prisão, bem como para a remoção de Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba”, disse o pedido do juiz Luís Roberto Barroso, na época.

No despacho em que determinou a prisão, Moro disse que Pedro Corrêa era recorrente em escândalos políticos.

O juiz fundamentou a ordem de prisão no risco à ordem pública e disse que há indícios que o ex-deputado continuou recebendo propina do esquema de desvios da Petrobras, mesmo durante o julgamento da Ação Penal do Mensalão, no STF.

Segundo Moro, a conduta de Corrêa mostra “desprezo” às leis e ao Supremo. “A prova do recebimento de propina mesmo durante o processamento da Ação Penal 470 reforça os indícios de profissionalismo e habitualidade na prática do crime, recomendando, mais uma vez, a prisão para prevenir risco à ordem pública.”, disse Moro.

Ao deferir a prisão preventiva, Moro também determinou o bloqueio dos bens de Corrêa.

Outra informação obtida pela PF é que, de 2010 a 2014, um empregado rural de Corrêa recebeu mais de R$ 700 mil, sendo que sequer apresentou declaração de Imposto de Renda nesse período.

Os depósitos para ele eram seguidos de saques no mesmo dia.

O doleiro já havia afirmado em sua delação premiada que fazia pagamentos periódicos a parlamentares do PP, com recursos oriundos do esquema de corrupção na Petrobras, da diretoria de Paulo Roberto Costa.

Corrêa havia sido um dos citados.

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