Áureo Cisneiros criticou o seminário, por considerá-lo excludente e distante da sociedade.
Foto: divulgação/Sinpol.
A tentativa de consolidar uma posição em favor do Ciclo Completo das Polícias está longe de acontecer.
Nessa segunda-feira (26), no seminário chamado “Por uma Nova Arquitetura Institucional da Segurança Pública: pela adoção no Brasil do Ciclo Completo de Polícia”, promovido pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara Federal, os policiais civis se posicionaram contra as propostas de emendas com o intuito de estabelecer esta mudança na Constituição Federal.
Falando em nome da Feipol (Federação Interestadual de Policiais Civis), Áureo Cisneiros criticou o seminário, por considerá-lo excludente e distante da sociedade.
A Feipol defendeu a desmilitarização da polícia militar e a carreira única nas polícias, que significa que um policial galgaria postos em sua carreira dentro da corporação.
Para Áureo, os “praças” (soldados de polícia) e “agentes de polícia”, assim como as universidades e sociedade civil, deveriam ser os atores mais importantes da mesa de debates. “Nós, policiais da base, é quem fazemos a segurança pública nesse País.
Nós é quem temos que dar as diretrizes”, reclamou. Áureo também lembrou que a maioria da base da polícia militar deseja a desmilitarização da corporação e que o Sinpol vai promover esse debate com toda a sociedade pernambucana. “Não se investe na polícia de investigação no País.
Se investe na tal da teoria da segurança nacional, que é reprimir, que é cacete, que é o regime militar.
Não podemos mais aceitar uma segurança pública dessas.
Desmilitarizar é bom para os policiais militares e os policiais civis”, declarou Áureo Cisneiros. “Está faltando o movimento social, está faltando as universidades.
Todos aqui sabem que há um debate de cúpula aqui.
Se exclui a base das policiais”, criticou. “Eu gosto de conversa com os caros companheiros, praças.
E o que a gente constata? É que há um anseio pela desmilitarização.
Os praças não vão perder com isso.
Porque vamos dar aos praças o direito às suas reivindicações, com salários dignos, com condições de trabalho”, criticou. Áureo também criticou o Pacto pela Vida. “Parece uma cantilena, mas eu repito: estamos faltando efetivo.
A polícia civil de Pernambuco está trabalhando com 40% do seu efetivo.
Mas essa idéia de que, quando é preciso mudar algo, se sucateia, a opinião pública fica mal informada, para depois se propor a mudança”, denunciou.