O deputado Lucas Ramos esteve entre os parlamentares que destacaram a importância de a discussão ter alcançado sete milhões de candidatos.

Foto: João Bita/Alepe O tema escolhido para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”, recebeu manifestações de apoio durante a Reunião Plenária desta segunda (26).

Os deputados Lucas Ramos (PSB), Simone Santana (PSB) e Teresa Leitão (PT) ressaltaram a importância de a discussão ter alcançado ontem cerca de sete milhões de candidatos.

Ao tratar do Enem, Lucas Ramos destacou “não haver mais espaço para desigualdade, discriminação e violência de gênero na sociedade brasileira”.

Ainda em pronunciamento no Pequeno Expediente, o parlamentar registrou a passagem do Dia Internacional Contra a Exploração da Mulher, celebrado no último domingo (25), e defendeu a aprovação do Projeto de Lei nº 130/2011.

Em tramitação no Senado, a proposição estabelece multa para empregadores que pratiquem diferença de remuneração entre homens e mulheres.

Também em discurso no Plenário, Simone enfatizou que 35% das mulheres em situação de vulnerabilidade sofreram violência física, psicológica ou sexual semanalmente, no ano passado, conforme levantamentos da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

Também destacou, como avanços, a sanção, em 2006, da Lei Maria da Penha, e, em 2015, da Lei do Feminicídio. “Temos que educar as jovens para que não vejam as agressões como algo normal e ajudá-las a conhecer seus direitos.

Daí a importância do tema escolhido (para a redação do Enem)”, salientou.

Teresa Leitão, por sua vez, reagiu às acusações feitas nas redes sociais de que o assunto proposto no exame nacional seria uma forma de doutrinamento dos estudantes. “A violência contra a mulher deveria ser combatida por todas as pessoas, instituições, partidos, organizações e autoridades.

Espero que venham mais redações desse tipo e a educação enverede pelo caminho da conscientização nesse mundo de intolerância”, expressou a petista, no Grande Expediente.

Em aparte, Priscila Krause considerou que analisar a discussão de forma ideológica apequena um debate que trata de uma opressão histórica. “Em Pernambuco, a cada 31 horas uma mulher é assassinada.

Não podemos rotular essa luta, ela precisa estar presente nas salas de aulas, nas provas, no parlamento e nas conversas familiares”, assinalou.

Na sequência, Raquel Lyra avaliou, também em aparte, que o mote da redação contribuiu para levar a discussão às casas dos brasileiros. “Espero que as pessoas que fizeram a prova saiam contaminadas com uma forma diferente de ver o mundo”, disse.