Os bancários decidem hoje, em assembleia às 19h na sede do Sindicato, se aceitam a proposta dos banqueiros e encerram a greve.

Após 18 dias de movimento nacional, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) apresentou proposta que inclui índice de 10% sobre os salários, piso e PLR (Participação nos Lucros e Resultados); e 14% sobre os vales refeição e alimentação.

A Caixa e Banco do Brasil também apresentaram propostas sobre temas específicos.

A orientação do Comando Nacional dos Bancários é pela aprovação da proposta. “Os banqueiros queriam impor um reajuste abaixo da inflação e a nossa luta fez com que o índice dobrasse, saindo de 5,5% para 10%”, afirma a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

A negociação se estendeu durante quatro dias na semana passada. “Na terça-feira (20), depois de 25 dias de silêncio, os bancos subiram a proposta de 5,5% para 7,5% - índice que sequer repunha a inflação e que foi negado na mesa de negociação.

A discussão continuou no dia seguinte, quando o percentual subiu para 8,75%.

Mas os bancários ressaltaram que não fechavam acordo sem aumento real.

Somente na sexta-feira (23), foi apresentada a proposta que será levada à assembleia.

Mesmo assim, o impasse na compensação dos dias parados durante a greve estendeu a negociação pelo sábado (24)”, informou a entidade.

Caso a proposta seja aceita pelos bancários, não haverá desconto dos dias e a compensação resultará em anistia de 63% das horas paradas para quem faz jornada de seis horas e de 72% para quem faz oito horas. “Os bancos não queriam, de jeito nenhum, recompor a inflação, dizendo que ela cairá no futuro e que a crise econômica deixava pouca margem para as negociações.

Foi preciso três semanas de greve para garantir uma proposta que mantém o poder de compra dos bancários. ”, destaca Suzineide.

Ela conta que, com o reajuste deste ano somado ao aumento real conquistado nos últimos doze anos, os bancários acumularam 20,83% de ganho acima da inflação nos salários e 42,3% nos piso.

Também no sábado (24), houve negociação com o Banco do Brasil.

A proposta da empresa prevê, além da aplicação do índice de 10% nos salários e de 14% nos vales refeição e alimentação, a manutenção do formato do pagamento semestral da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que corresponde à distribuição linear de 4% do lucro líquido entre todos os trabalhadores, além da regra básica prevista na Convenção.

No domingo, foi a vez da Caixa negociar. “Entre os avanços obtidos estão a Suspensão imediata da implantação da terceira fase do plano de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) – programa de avaliação individual por metas, criticado pelos trabalhadores.

Saerão aplicados os índices de reajuste propostos pela federação dos bancos (Fenaban) e será mantida, além da regra básica, a chamada PLR Social – com distribuição linear de 4% dos lucros”.