Foto: Divulgação Na condição de relator da Comissão Especial para o Aprimoramento do Pacto Federativo (CEAPF) no Senado Federal, o senador fez duras críticas ao governo federal, afirmando que houve muita demora para reconhecer as dimensões da crise e falhas sucessivas na condução da economia.

Ele lembrou que os primeiros alertas foram dados ainda em 2013, pelo ex-governador Eduardo Campos, que já defendia os cortes nos gastos públicos e um novo pacto federativo.

Diante de prefeitos e lideranças políticas de todo o Nordeste, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) afirmou que o Brasil pode sair da crise econômica sem a necessidade de recriar a CPMF.

Segundo o senador, há outros caminhos que podem ser tomados sem um imposto cumulativo, que distorce os preços ao longo das cadeias produtivos e penaliza as camadas mais pobres da população.

Fernando Bezerra Coelho participou da abertura oficial do ciclo de debates “Diálogo Municipalista 2015”, promovido pela Conferência Nacional dos Municípios (CNM), em Recife (PE). “As soluções para a crise já são conhecidas pelo governo.

Um imposto sobre grandes fortunas e heranças, por exemplo, poderia gerar uma arrecadação acima de R$ 16 bilhões por ano”, afirmou o senador. “Os ativos que estão no exterior, estimam os especialistas, chegam a 500 bilhões de dólares.

Boa parte deste dinheiro pode e deve ser repatriado”, completou.

Fernando Bezerra Coelho citou como exemplos os Estados Unidos e a Alemanha, onde já há impostos semelhantes. “Temos que cobrar mais de quem pode pagar mais; é assim que acontece nas maiores nações do mundo.

Somos um dos únicos países do mundo que não taxa sobre dividendos”, ressaltou o senador, sob aplausos. “Nenhum país sai da crise sem um verdadeiro corte de gastos. É um remédio amargo, mas que precisa ser tomado”, disse Bezerra Coelho.

Para o senador, a revisão do destino do ICMS é uma necessidade urgente, especialmente para o Nordeste. “O ICMS precisa deixar de ser um imposto de produção para ser um imposto de consumo. É na ponta, no consumo, que se deve pagar a maior parte deste imposto”, defendeu.