Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula Folhapress - Em discurso de uma hora destinado a militantes do PT no Piauí, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta quarta-feira (22) que quem “roubou a vida inteira” não pode chamar os petistas de ladrões. “Queria pedir para vocês é que os petistas voltem a ter orgulho do PT.

Se alguém nosso errou, vai pagar, como qualquer cidadão.

Mas o que não se pode admitir é que gente que a gente sabe que roubou a vida inteira venha a chamar o PT de ladrão.

A gente não pode permitir.” No evento -realizado no hotel Blue Tree, em Teresina, para cerca de mil pessoas-, ele criticou ainda os adversários que pedem o impeachment de Dilma e admitiu que o PT vive momento difícil.

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A ideia é estimular o ódio da mesma forma que os nazistas estimularam contra os judeus, e em tantos outros momentos históricos com os cristãos”, disse Lula.

O petista, que foi ao Piauí para receber os títulos de cidadão piauiense e teresinense, voltou a dizer que não acredita na cassação do mandato de Dilma. “Ninguém tem o direito de questionar a legitimidade do mandato da Dilma e ninguém tem o direito de vender a ideia que o país acabou”.

Sobre as eleições de 2018, Lula pediu para a oposição não perseguir o PT ou o Lula por causa de 2018. “Está muito longe [a eleição de] 2018.

A gente não sabe o que vai acontecer.

A única coisa que temos que dizer é que eles têm que aprender a nos respeitar como nós os respeitamos a vida inteira quando nós perdemos.” ‘NÃO SOU GETÚLIO’ Lula disse ainda que a elite brasileira se incomoda com a ascensão dos pobres. “A elite brasileira nunca gostou de ninguém que cuida dos pobres, nunca.

Ela não gostou de Getúlio [Vargas], que, após quatro anos de mandato deu um tiro no peito.

Ela [elite] não gostou de João Goulart, e fez ele se retirar [do poder].” E o petista continuou: “ela dizia que ‘o Juscelino não pode disputar, se disputar não pode ganhar, se ganhar não toma posse e se tomar posse a gente derruba’.

E eu disse para eles: eu não sou Getúlio, não vou me matar, não sou Jango, não vou sair do Brasil e não sou Juscelino, eu sou o Lula.

A minha arma é o povo brasileiro e essa é a arma da Dilma.” Segundo Lula, existe “algo estranho acontecendo no país” e que há uma onda de “insinuações” e de “suspeição”. “Eu acho, companheiros, e eu sei que tem muita gente incomodada, chega a dizer que tudo isso é para evitar que o PT continue em 2018.

Vocês sabem que se tem uma pessoa que perdeu eleição neste país fui eu.

E eu respeitei todas as derrotas.” O petista disse ainda que os adversários têm de aprender a respeitar o resultado do jogo. “A companheira Dilma foi eleita presidente da República democraticamente na campanha mais perversa que uma candidata sofreu.” Nesta quinta-feira (22), Lula participa de uma teleconferência com alunos da rede pública estadual de Teresina. À noite, ele segue para Salvador, onde participa de atividades nesta sexta.