Sem alarde, Renato Silva Filho, corregedor do MPPE, e Janeide Oliveira, procuradora de Justiça, deixaram registrado em ata do Ministério Público do Estado o desconforto e inconformidade com um grupo de aprovados no concurso de promotor de justiça por terem procurado o líder do Governo na Assembleia, Waldemar Borges (PSB), para pedir apoio na nomeação.
Apesar do concurso ter tido dezenas de aprovados, o MPPE só teve recursos para nomear 10 membros até agora, não havendo previsão orçamentária para novas nomeações.
A procura de “interferência política” no MPPE incomodou muito os membros da cúpula da instituição. “O que trouxe um certo desconforto foi uma publicação feita nesta tarde em que alguns aprovados apareceram numa foto que circulou na internet com um Deputado Estadual enaltecendo o papel do Ministério Público no combate a violência.
Os candidatos enaltecem a valorosa e inestimável contribuição do Deputado no sentido de não medir esforços no sentido de que as nomeações sejam levadas a cabo.
Mais do que ninguém a Corregedoria tem conhecimento da necessidade das nomeações.
Não se pode levar para uma discussão política um tema institucional.
No final se coloca o Procurador Geral de Justiça numa condição de constrangimento, porque, se houvesse condições, nomearia”, desabafou o corregedor do MPPE.
Os membros do MPPE não estão de acordo com as tentativas de acelerar as nomeações do órgão nas “instâncias políticas”. “Não sabe que cultura é essa que está se fomentando aqui. É preciso saber o valor da Instituição.
O Ministério Público precisa ficar sobranceiro e altivez não tem nada a ver com arrogância. É respeitando o Ministério Público que nos legitimamos diante da sociedade”, também reclamou a procuradora Janeide Oliveira.
A despeito destas reclamações, os aprovados continuam o trabalho pelas nomeações, inclusive criaram uma associação e página na Internet.