Foto: Lula Marques/ Agência PT Da Folhapress Os líderes dos dois principais partidos de oposição ao governo disseram nesta quarta-feira (21) considerar que, enquanto estiver no cargo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mantém a legitimidade para tocar o dia a dia do Legislativo.

As declarações de Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Mendonça Filho (DEM-PE) foram dadas após encontro dos dois com o próprio Cunha, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a acusação de envolvimento no petrolão, além de ser suspeito de manter no exterior contas secretas irrigadas pelo esquema.

LEIA TAMBÉM: > Defensores do impeachment de Dilma poupam Eduardo Cunha durante ato > Para Mendonça Filho, resposta de Eduardo Cunha a pedido de impeachment deve ser rápida > Oposição promete ignorar STF e recorrer a plenário se Cunha indeferir impeachment O PSDB e o DEM defendem publicamente que Cunha se afaste da presidência da Câmara, mas nos bastidores continuam lhe dando suporte político com o intuito de estimulá-lo a deflagrar um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. “O correto seria o seu afastamento do cargo pela gravidade dos fatos que foram apresentados, só que existem fatos tão graves ou mais, cuja comprovação já foi feita pelo Tribunal de Contas, das práticas de crime de responsabilidade pela presidente Dilma”, afirmou Carlos Sampaio, se referindo à recomendação do TCU de rejeição das contas da petista de 2014 devido a irregularidades fiscais.

Esse parecer está em análise no Congresso, que é quem dá a palavra final. “Nem por isso ela deixou de ter legitimidade de indicar ministros, de apresentar MPs a essa Casa.

Faz parte da legislação em vigor, enquanto a presidente Dilma não renunciar, enquanto o presidente dessa Casa não renunciar, ele tem a legitimidade e a prerrogativa de tomar as decisões”, acrescentou Sampaio.

Mendonça Filho afirmou que insistiu em reunião fechada com Cunha que ele delibere rapidamente sobre o impeachment de Dilma.

E que espera que ele defira.

Sobre as acusações contra o peemedebista, o líder do DEM replicou o discurso de Sampaio. “Temos uma presidente da república condenada pelo TCU e nem por isso está inabilitada para assinar MP, remeter projetos de lei para o Congresso Nacional e cumprir com a sua atribuições constitucionais.

O mesmo em relação ao presidente da Casa.

Enquanto ele estiver respondendo pelo comando do poder da Câmara, evidentemente que qualquer ato autorizado por ele tem respaldo jurídico e constitucional.”