Por Gustavo Ramiro, advogado ligado a chapa de Ronnie Duarte Deflagrado o período eleitoral para escolha dos novos dirigentes da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco, os advogados já começaram a tomar posicionamento e a defender o que consideram melhor para o órgão da classe.
Sejam advogados particulares, procuradores de entes públicos, advogados estatais, professores ou até mesmo aqueles que são regularmente inscritos, mas não exercem a profissão no cotidiano.
Todos acabam abraçando alguma candidatura, exercendo um embate de ideias, que é próprio da profissão.
Grupos se formam - alguns apenas para disputar a eleição - e candidaturas são registradas.
Cada um defende suas propostas, seus pensamentos.
Até aí, claro, tudo bem.
O processo político que envolve as eleições da OAB sempre foi marcado por grandes disputas, seja em Pernambuco ou em outros estados.
Mas normalmente elas resumem os debates ao que é papel institucional da OAB na defesa da ordem democrática e, essencialmente, dos interesses da classe dos advogados.
O que preocupa e atormenta qualquer advogado é ver uma interferência gritante e desabrida em um processo eleitoral que pertence tão somente aos advogados.
Quem pretende uma OAB forte, altiva e independente não se sente confortável com a indevida intromissão de políticos que não são advogados na escolha dos novos dirigentes da Ordem.
Não fossem as regras eleitorais editadas pelo Conselho Federal da OAB, certamente teríamos bandeiras a tremular nas ruas em defesa das candidaturas de oposição à atual gestão.
Ou mesmo cavaletes, outdoors e uma série de declarações de apoio feitas por parlamentares ou gestores que nada têm a ver com a OAB - ou pelo menos não deveriam ter.
Pior do que esta investida da classe política para tomar a OAB e fazê-la baixar a cabeça diante de atitudes arbitrárias e ilegais, é o uso de expedientes intimidatórios em cidades do interior.
Postulantes de Subseccionais vêm sendo assediados com propostas inconfessáveis e coagidos a apoiar determinados candidatos, sob pena de sofrerem prejuízos financeiros ou retaliações de ordem profissional.
Isso é um absurdo sem precedentes!
A OAB não combina com subserviência ao poder nem transige com a ilegalidade.
Por isso, esta interferência externa deve ser combatida e repelida por nossa classe, que dirá, no próximo dia 19 de novembro, se pretende que a Ordem continue a ser destemida e protetora dos mais caros valores democráticos e se fortaleça para defender a advocacia ou se deve apequenar-se diante das investidas oriundas da política partidária.