Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Estadão Conteúdo - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixou perto das 18h desta sexta-feira, 16, o Palácio do Alvorada sem falar com a imprensa.
Visivelmente contrariado, sem gravata e apressado, ele chegou ao ministério e evitou fazer comentários sobre sua possível saída da Pasta.
Ele estava em reunião desde as 15h com a presidente Dilma Rousseff e os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento).
Ao entrar, abordado por jornalistas, Levy limitou-se a dizer que “a reunião acabou”.
Os três ministros fazem parte da junta orçamentária e, oficialmente, o encontro teve o objetivo de discutir a necessidade de rever a meta fiscal desse ano, além de definir as prioridades da agenda legislativa.
Desde ontem, circulam rumores sobre uma saída de Levy do governo.
LEIA TAMBÉM: > Levy redigiu carta de demissão e se reunirá com Dilma > Governo de PE afirma que a suposta fala do ministro Levy sobre o hub precisa ser interpretada com cautela Mais cedo, o Ministério da Fazenda divulgou uma nota negando que Levy havia preparado uma carta de demissão para entregar para a presidente.
Nos últimos dias, aumentou muito a pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de parlamentares do PT e de sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pela demissão de Levy.
Eles entendem que o ministro mantêm discurso excessivamente concentrado no ajuste fiscal e tem visão de tesoureiro, e não uma perspectiva mais ampla da política macroeconômica.
Isto é, Levy não seria capaz de conduzir o País para além do ajuste fiscal, num cenário de crescimento e agenda positiva.
Junto a presidente Dilma, no entanto, Levy sempre teve mais prestígio.
No último dia 3 de setembro, Levy chegou a postergar seu embarque para a Turquia, onde participaria de reunião dos ministros de finanças dos países do G-20, para reunir-se com Dilma - na época, a pressão de Lula, do PT e da CUT já era muito grande.
Dilma prestigiou Levy, que, desde então, atravessou período de relativa calmaria no cargo, até a pressão voltar a se intensificar, na última semana.
Segundo auxiliares do ministro, Levy ficou descontente com as sucessivas críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução da política econômica, mas deve permanecer no cargo até o fim do ano.