Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR Por Franco Benites, do Jornal do Commercio O governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que a indefinição sobre a permanência de Dilma Rousseff (PT) no posto de presidente da República é nociva ao País. “Atrapalha porque está todo mundo aguardando um desfecho dessa crise política para tomar as medidas que precisam ser tomadas.
O Brasil está parado, andando para trás, com ausência de definição e de caminhos. É importante que haja definições em que as instituições voltem a funcionar.
A gente quer que seja resolvido, por um caminho ou outro, mas que seja resolvido”, declarou.
Junto aos governadores Ricardo Coutinho (PSB-PB) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Paulo é uma das vozes socialistas que defendem que não há elementos suficientes para a saída de Dilma da presidência da República.
Para o pernambucano, o fato do Tribunal de Contas da União (TCU) ter reprovado as contas da petista em 2014 não aponta para esse caminho. “Uma coisa é o parecer do TCU e outra coisa é o impedimento da presidente.
São fatos distintos e têm que ser analisados.
A presidente só pode ser afastada por crime de responsabilidade”, falou.
LEIA TAMBÉM: > No Dia do Professor, Paulo lança pacote de ações para a Educação > Mantendo distância de Brasília, Paulo Câmara tenta associar sua imagem a geração de emprego na crise De acordo com o governador, que também é vice-presidente nacional do PSB, os deputados federais e senadores socialistas acertam ao votarem favoravelmente ao relatório do Tribunal de Contas da União. “A bancada vai ter todo o cuidado de analisar o parecer do TCU, que é um parecer consistente, que recomenda a rejeição das contas. É um parecer que tem que ser observado e respeitado, tanto é que o quorum para derrubar um parecer do TCU é qualificado.
A bancada, se seguir o parecer do TCU, reconheço que é uma decisão acertada. É a decisão de um órgão técnico que quer que fatos como esses não se repitam”, opinou.
Paulo reforçou que é muito cedo para se falar na saída da presidente, pediu cautela novamente sobre o assunto e disse que é preciso separar o relatório do TCU do impeachment. “É um processo que vai tramitar na Câmara, passar por comissões, receber as análises.
A bancada, no momento certo, vai seguir as orientações do seu líder, que está sempre conversando com o partido”, disse.
Após a reunião da Executiva nacional do PSB na última quarta-feira, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, informou que o impeachment não era uma bandeira do partido e que a “mudança pela mudança” não interessava ao País.
O discurso é diferente de algumas semanas atrás quando o dirigente declarou que a bancada federal socialista estaria inclinada a abraçar o processo de impeachment de Dilma Rousseff.