Líderes de partidos da base do governo e da oposição discordaram sobre a avaliação do rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch Ratings.

O líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), comentou a decisão da agência de risco Fitch de rebaixar o rating de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira e local de BBB para BBB-. “Era mais ou menos previsível que isso aconteceria tendo em vista o próprio agravamento do quadro econômico brasileiro”, afirmou.

Mendonça Filho lembrou que o quadro agravou-se em 2014, quando o governo petista agiu de forma irresponsável do ponto de vista fiscal para ganhar a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. “Os efeitos da irresponsabilidade do governo ainda são percebidos pela população em 2015, quando serão mais de um milhão de desempregados e a inflação avançará para o patamar de dois dígitos”, disse.

Disputa política Já o líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), afirmou que a oposição está aproveitando o momento de crise econômica para fazer disputa política. “É conjuntura do mundo, aconteceu em vários lugares, é um momento.

O Brasil vai voltar a crescer em breve, e isso estará plenamente resolvido.

Ainda está mantido o grau de investimento no Brasil”, destacou Sibá.

Ele também negou que o governo tenha feito qualquer acordo com Eduardo Cunha para que ele não aceite o pedido de impeachment. “Esse assunto não existe.

A gente trata é com a oposição, que quer dar um golpe e vamos reagir a isso.

Portanto, dizer que as pedaladas fiscais são motivo de tirar o mandato da presidente Dilma é um golpe e um escárnio”.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha negou que esteja articulando qualquer acordo com governo ou oposição e ressaltou que o rebaixamento traz consequências para a economia do País.

Segundo ele, um dos componentes desse rebaixamento é a instabilidade política. “Há vários fatores.

Um deles é que o governo não tem base.

Quando o próprio governo só fala de impeachment, é óbvio que isso aumenta a instabilidade”, avaliou.