Resoluçãoo PSB A Comissão Executiva Nacional do PSB aprovou uma resolução nesta quarta-feira em que critica a “reação errática” do governo federal frente ao cenário de ampliação da crise no país.
Para o partido, a gestão de Dilma Rousseff está entregue a forças conservadoras e antipopulares, com as quais negocia sua sobrevivência. “Os resultados, apesar da enorme ginástica em termos de articulação política, são pouco expressivos para fins de ampliação da governabilidade, particularmente porque se subordinam à lógica da concessão de postos e cargos, para os quais sempre há uma demanda muito maior do que a oferta, especialmente em tempos de restrições orçamentárias.
Assiste-se, portanto, o pior dos mundos: a governabilidade não melhora – visto que não se dá uma pacificação da base governista, que deseja mais do que há para oferecer – e o Governo se vê entregue a forças conservadoras e antipopulares, com as quais negocia sua sobrevivência”, afirma o texto, assinado pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira.
A resolução avalia o atual momento do Brasil no qual a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal (STF) intensificam o debate sobre o impeachment, as contas de 2014 do governo são rejeitadas no Tribunal de Contas da União (TCU) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decide pela abertura de investigação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer.
Enquanto isso, a recessão se agrava e os Estados e municípios apresentam dificuldades orçamentárias relevantes.
Só obviedades, claro.
Para a legenda, a superação da crise econômica deve se basear na valorização da produção e do trabalho. “O partido preconiza iniciativas de natureza radicalmente distintas daquelas que o governo tem encaminhado como solução para a crise.
Entende o PSB que toda e qualquer propositura, que as medidas de política econômica devem passar necessariamente pela valorização da produção, pela retomada do estímulo ao investimento e pela dignificação do trabalho”, diz a resolução.
Que bom, não?
Quem não quer?
No documento, o PSB reafirma “a postura de independência crítica e propositiva do partido” mas “sem apoiar a postura conservadora do governo ou se aliar a partidos de oposição de centro-direita”.
Em decorrência das posições firmadas, o partido diz que decidiu lançar candidaturas próprias nas capitais e cidades-polo de todos os Estados nas eleições de 2016 e determina que terá candidato próprio para a Presidência da República em 2018.
O partido prefere não se posicionar sobre o pedido de impeachment de Dilma, apresentando o tema de forma indireta. “Essa proposição indica de forma cabal que a qualidade de nossa resistência não é de tornar um determinado Governo inviável, mas a de fazer valer, em qualquer que seja o Governo, as pautas do desenvolvimento e dos interesses populares”, discursa. “Nesse ato de resistência ao conservadorismo que nos assola, o Partido não deseja igualmente se irmanar àqueles que fazem oposição ao Governo, para serem à frente mais radicais em medidas e iniciativa antipopulares.
O que o Partido pretende fazer valer são os aproximadamente 23 milhões de votos que obteve no certame eleitoral de 2014, ao qual se apresentou como força política que pretendia libertar o País de práticas equivocadas que àquela altura, já eram flagrantes”.