Na Folha de São Paulo O STF (Supremo Tribunal Federal) homologou o acordo de delação premiada feito pelo operador do PMDB Fernando Soares, conhecido como Baiano, com a Procuradoria-Geral da República.
No acordo de delação, Baiano relatou que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, procurou-o para resolver problemas de dívidas do PT na campanha de 2006.
O Banco Schahin fez um empréstimo de R$ 6 milhões ao pecuarista para resolver o débito.
Contratos assinados pela diretoria Internacional da Petrobras com a Schahin serviram para compensar o empréstimo, segundo relato de investigadores que ouviram o depoimento de Baiano.
Sem ter experiência com sondas de exploração de petróleo, a Schahin conquistou um contrato na Petrobras de R$ 1,6 bilhão.
O lobista também contou que foi ele quem conseguiu os R$ 2 milhões que o ex-ministro Antonio Palocci havia pedido em 2010 para a primeira campanha da presidente Dilma Rousseff.
Os recursos não foram declarados.
A primeira menção ao suposto pedido de Palocci havia sido feita pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, mas ele dizia que o pagamento havia sido feito pelo doleiro Alberto Youssef.
O doleiro disse que não fora ele quem fizera o repasse, mas afirmou à CPI da Petrobras que um delator esclareceria a questão –referência a Baiano, segundo os investigadores que acompanhavam os depoimentos do operador.
DOAÇÕES DECLARADAS O ex-ministro Antônio Pallocci nega ter pedido R$ 2 milhões para a campanha de Dilma.
Ele sustenta ainda que não se encontrou com Fernando Baiano, tampouco com Paulo Roberto Costa.
O PT afirma que todas as contribuições eleitorais que recebeu durante suas campanhas foram declaradas à Justiça Eleitoral e estão de acordo com a lei.
HOMOLOGAÇÃO Com a homologação do acordo, o lobista, que está preso desde novembro de 2014 em Curitiba e resistiu por meses aos apelos da família para que delatasse, será liberado em 18 de novembro, após um ano de regime fechado.
Ele seguirá para sua casa, no Rio, onde cumprirá um ano de pena em regime domiciliar fechado, com tornozeleira eletrônica.
Em 2016, ele poderá progredir para o regime domiciliar semiaberto, ainda com tornozeleira e, em 2017, terá a opção de não usar mais o equipamento.
Pelos termos da colaboração premiada, o lobista perderá os R$ 8,5 milhões que estavam em contas de duas empresas de Baiano quando ele foi preso na Operação Lava Jato.
O montante é parte da multa que ele se comprometeu a pagar no acordo.
Além disso, desembolsará mais R$ 5 milhões e entregará uma casa em Trancoso, no litoral baiano.