Foto: Vladimir Platonow/ Agência Brasil Da Folhapress O procurador federal Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato, disse nesta sexta-feira que os prejuízos causados pelo esquema de corrupção descoberto na Petrobras superam os R$ 10 bilhões e podem chegar aos R$ 20 bilhões.

Segundo ele, a estimativa inclui as propinas pagas a executivos e políticos e o superfaturamento nas obras da estatal contratadas pelo cartel de empreiteiras.

Em apresentação no 21º Congresso Nacional do Ministério Público, no Rio, ele mostrou uma projeção de perdas de R$ 6,2 bilhões com a corrupção na Petrobras, valor equivalente à estimativa feita pela estatal em seu balanço financeiro. “Isso é só a ponta do iceberg”, afirmou.

LEIA TAMBÉM: > Marcelo Navarro chega ao STJ e deve integrar Turma que trata da Lava Jato > Acusada na Lava Jato, OAS contratou reforma em triplex de Lula, diz revista > STF nega pedido para tirar de Moro investigações da OAS na Lava Jato “Temos corrupção descoberta em outros órgãos públicos além da Petrobras, como Ministério da Saúde, do Planejamento, Caixa Econômica Federal, Eletronuclear e outros casos ainda em investigação”, disse Dallagnol, em entrevista após sua palestra, na qual apresentou a campanha “dez medidas contra a corrupção”.

Pelas suas contas, o prejuízo com o pagamento de propinas pela Petrobras supera os R$ 10 bilhões.

Considerando o sobrepreço nas obras contratadas, o rombo pode chegar a R$ 20 bilhões.

Ele citou como exemplo o resultado de análises feitas sobre um contrato da Camargo Correa, de R$ 1,5 bilhão, que identificaram sobrepreço de R$ 600 milhões. “Quase metade foi superfaturado”, comentou.

Dallagnol voltou a defender o uso de colaboração premiada nas investigações da Lava Jato. “Antes da primeira colaboração, era uma investigação de R$ 26 milhões.

Depois das colaborações, temos uma investigação envolvendo mais de R$ 10 bilhões.” O procurador, que é porta-voz da campanha “dez medidas contra a corrupção”, pediu empenho dos colegas presentes no plenário para angariar assinaturas para transformar a proposta em, projeto de lei popular. Às 14h15 desta sexta, o número de assinaturas era 381.524, segundo o contador do site da campanha.

São necessárias mais de 1,5 milhão de assinaturas para propor a lei.