A crise econômica, as denúncias de corrupção e a instabilidade ética e moral do atual governo fizeram muitos eleitores brasileiros se arrependerem de seus votos para presidente da República.

Se as eleições de 2014 acontecessem hoje, praticamente metade da população mudaria de candidato.

A constatação é do levantamento realizado pela Hello Research, agência especializada em pesquisa de mercado e aplicações em business intelligence.

A empresa ouviu 2.002 pessoas em mais de 70 cidades de todas as regiões do país.

A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.

No total, 47% dos entrevistados confirmaram que não votariam no mesmo candidato à presidente se o pleito ocorresse agora.

Este índice é mais significativo nas regiões Norte, com 59%, e Nordeste, com 52% - localidades com maior índice de votos para a presidente Dilma Rousseff (PT), segundo o resultado oficial do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Apenas 34% das pessoas declararam que continuariam com o mesmo voto, sendo que este número é mais forte no Centro-Oeste, com 41%, e Sudeste, com 36% - as regiões votaram majoritariamente em Aécio Neves (PSDB), candidato derrotado em 2014.

Outros 19% afirmaram que não sabem responder a pergunta, principalmente na região Sul, com 24%. “O simples fato de praticamente metade dos entrevistados afirmar que mudaria o voto aponta para uma crise de representatividade e uma certa descrença nos partidos políticos em geral”, comenta Julio Magri, Diretor Executivo da Hello Research.

Na divisão por faixa etária, o grupo mais propenso a mudar de candidato à presidente é dos adultos entre 36 e 45 anos.

No total, 51% dos entrevistados nesta faixa confirmaram que trocariam de voto.

Logo atrás aparecem pessoas entre 26 e 35 anos, com 50%, e 46 a 55 anos, com 49% - todos empatados pela margem de erro.

Os jovens entre 18 e 25 também alterariam suas escolhas, com 44% do total.

Em contrapartida, os idosos com mais de 60 anos são a única categoria que manteria o voto, com 38% dos entrevistados.