O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) é o único parlamentar pernambucano a assinar uma representação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por quebra de decoro parlamentar em seu depoimento à CPI da Petrobrás.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 7, que não existe “nenhuma hipótese” de ele renunciar do cargo.

Ele foi questionado, em painel no 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, sobre a possibilidade de o PSDB pedir sua renúncia, caso se comprove que ele possui conta na Suíça e se isso poderia levá-lo a deixar o cargo.

Ao responder, Cunha disse apenas “nenhuma hipótese”.

A representação contra Eduardo Cunha será entregue na tarde desta quarta (07) na Corregedoria da Câmara dos Deputados.

A entrega está prevista para às 14h30 e não há nomes do PMDB, do PSDB nem do DEM na lista, ao menos até agora.

Além do pernambucano, assim a representação contra Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar os deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA), Aliel Machado (Rede-PR), Alessandro Molon (Rede-RJ), Eliziane Gama (Rede-MA), João Derly (Rede-RS), Miro Teixeira (Rede-RJ), Chico Alencar (PSOL-RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) Glauber Rocha (PSOL-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Júlio Delagado (PSB-MG) e Henrique Fontana (PT-RS).

LEIA MAIS: » Cunha foi avisado de bloqueio, diz MP suíço » Eduardo Cunha se recusa novamente a comentar sobre contas na Suíça » MPF investiga outras contas de Cunha » Oposição silencia sobre Cunha para não inviabilizar impeachment Na ocasião do seu depoimento, ocorrido em março deste ano, Eduardo Cunha informou não ter contas bancárias no exterior.

Porém, na semana passada, autoridades da Procuradoria Geral da Suíça confirmaram a existência de contas em nome dele e de seus familiares e informaram que vão transferir os autos que investigam o assunto para que a Procuradoria-Geral da República brasileira dê continuidade a apuração. É com base nesta possível contradição entre o depoimento dado à CPI da Petrobrás e as investigações na Suíça que se baseia o pedido de afastamento do atual presidente da Câmara. “Está insustentável a permanência dele na Casa.

Ele não tem a menor condição de continuar a presidir os trabalhos na Câmara”, afirmou Jarbas Vasconcelos, um dos cotados para assumir o posto com o afastamento de Cunha.

A representação entregue na Corregedoria da Câmara dos Deputados - que na prática é a primeira tentativa concreta de afastar Eduardo Cunha do cargo – também relembra as denúncias contra Eduardo Cunha feitas na Operação Lava Jato.

Delatores que já prestaram depoimento na Operação acusam o presidente da Câmara de receber propinas dentro do esquema de corrupção constatado na Petrobrás. “A situação dele só piora e vai piorar ainda mais.

Ele deveria sair do cargo para se defender das graves acusações que lhe pesam.

Ele ficando na presidência da Casa é um risco porque ele usará o cargo para se defender”, disse Jarbas Vasconcelos.