Foto: Wilson Dia/ Agência Brasil A presidente Dilma Rousseff (PT) desembarca nesta quarta-feira (7) em Barreiras, no oeste baiano, para participar da cerimônia de entrega de unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida, antes disso, ela concedeu entrevistas a rádios em Salvador e Barreiras.

Durante entrevista, Dilma ressaltou que o governo precisa conter as despesas e, ao mesmo tempo, manter o investimento em programas sociais.

Segundo a presidente, quanto mais rapidamente as medidas de ajuste fiscal forem aprovadas pelo Legislativo, mais cedo virá a recuperação econômica.

LEIA MAIS: » Governo Dilma recorre ao STF para tentar suspender julgamento de contas do governo no TCU, nesta quarta » TCU mantém julgamento das contas de Dilma para quarta-feira “Um País em dificuldades não pode aumentar suas despesas desproporcionalmente”, disse a presidente, acrescentando esperar que o Congresso Nacional mostre seu compromisso com o Brasil mantendo os vetos presidenciais a novas despesas em sessão marcada para esta quarta-feira. “Estou vendo uma luz no fim do túnel. É muito importante que as pessoas coloquem os interesses do País acima dos interesses partidários e políticos”, ressaltou. » Por cinco votos a dois, TSE abre investigação de campanha de Dilma e Temer de 2014 “Pauta-Bomba” A fala de Dilma coincide com duas votações importantes para seu governo.

Nesta terça-feira (6) a base do governo não conseguiu colocar deputados na sessão plenária do Congresso para votar vetos à chamada pauta-bomba do Orçamento.

A votação foi remarcada para 11h30 desta quarta.

A oposição considera o adiamento uma derrota para os governistas poucos dias depois da reforma ministerial para atender os aliados.

Os parlamentares devem dizer se confirmam ou derrubam os vetos da presidente Dilma sobre uma série de temas.

Entre eles, está o projeto que dá aumento de até 78% nos salários dos servidores do Judiciário e que estende a todos os aposentados o reajuste maior concedido àqueles que tinham as menores remunerações.

Os projetos custarão aos cofres públicos R$ 47,2 bilhões até 2019, sendo R$ 36,2 bilhões referentes apenas ao reajuste dos funcionários da Justiça.

Contas Também nesta quarta, o Tribunal de Contas da União (TCU) julga as contas do governo federal de 2014.

Entre as irregularidades apontadas pela corte estão as chamadas “pedaladas fiscais”, que são manobras para aliviar, momentaneamente, as contas públicas.

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu na véspera ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do julgamento, mas ainda não há resposta da corte.

O parecer do tribunal será encaminhado ao Congresso, que tem a palavra final sobre as contas.

A análise do TCU, portanto, não tem efeito prático, já que funciona como uma recomendação aos parlamentares, mas uma eventual rejeição poderá ser usada como argumento para abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Golpe A presidente foi indagada, na entrevista, sobre as pressões que vem recebendo, principalmente de setores da oposição e da sociedade, que defendem seu impeachment ou sua renúncia. “A democracia brasileira é forte o suficiente para prevenir que variantes golpistas tenham espaço no cenário político brasileiro”, respondeu.

Na sua avaliação, é impossível achar que se faz um serviço à democracia, “tentando métodos para encurtar a chegada ao governo, pois o único método reconhecido para se chegar ao governo é o voto direto nas urnas”.

E repetiu que o Brasil tem uma democracia robusta e instituições fortes que prezam a liberdade de opinião e expressão.

Desafio Na entrevista, Dilma disse que o País precisa voltar a crescer, gerar empregos e melhorar suas oportunidades. “O desafio duplo é reequilibrar o orçamento e manter programas sociais e investimentos”, destacou.

Apesar de reconhecer que a inflação tem crescido, disse que a tendência é de queda, “fato reconhecido até mesmo pelo mercado”, e que sua gestão tem feito todos os esforços nesse sentido.

A presidente falou também da reforma ministerial que anunciou na sexta-feira passada, destacando que sua gestão tem feito a sua parte no esforço de saída da crise.

Confirmaram presença no evento os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, das Cidades, Gilberto Kassab, a presidente da Caixa, Miriam Belchior, e o governador da Bahia em exercício, João Leão, já que o titular Rui Costa está na Europa em viagem de negócios, e o prefeito de Barreiras Antonio Henrique Moreira.