Do Estadão Conteúdo - O governo vai pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) a suspensão do processo de julgamento de contas da presidente Dilma Rousseff e a substituição do relator, Augusto Nardes.
O argumento é de que ele concedeu, por diversas vezes, declarações aos meios de comunicação antecipando seu voto pela reprovação das contas, o que é vedado por lei.
LEIA TAMBÉM: » Estratégia é empurrar impeachment de Dilma até 2016 » Técnicos do TCU investigam decisões do conselho da Petrobras sob Dilma » Rejeição de contas é considerada irreversível no TCU A oposição e até mesmo setores da base aliada de Dilma contam com a reprovação das contas para deflagrar o processo de impeachment de Dilma no Congresso.
O pedido do governo deve ser enviado nesta segunda-feira (5) à Corte de Contas sob a alegação de “vício” no processo.
O governo se baseia na legislação que veda aos magistrados manifestar opinião sobre processos ainda não julgados.
A estratégia foi apresentada na tarde deste domingo (4) em entrevista coletiva concedida pelos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) e Nelson Barbosa (Planejamento). » TCU dá mais 15 dias para governo Dilma explicar contas de 2014 » Governo pede mais 15 dias de prazo no TCU, afirma ministro relator A ideia, com isso, é adiar o julgamento das contas, agendado para a próxima quarta-feira. “Se apontamos a suspeição, não pode ter o julgamento sem analisar essa suspeição antes de julgar o mérito”, disse o ministro José Eduardo Cardozo. “É vedado ao magistrado se manifestar por qualquer meio de comunicação sobre processo em curso.
O que percebemos é que essas manifestações reiteradas constrangem todo o restante do tribunal.
O problema está na condução e dirigismo”, disse Adams.
Segundo ele, Nardes deve ser substituído da relatoria. “O processo precisa ser saneado.
Sanear é reconhecer o vício e substituir o relator”, completou.