Nesta quinta-feira, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), protocolou representação junto à PGR - Procuradoria-Geral da República - para que sejam investigadas supostas práticas de corrupção passiva pelo ex-presidente Lula, a partir da denúncia de que a Medida Provisória 471, editada e aprovada em seu governo, foi “comprada” para favorecer montadoras de veículos.

A ação também solicita que sejam apuradas as participações de seu filho, Luís Cláudio Lula da Silva, da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do ex-ministro Gilberto Carvalho.

De acordo com a reportagem do jornal “O Estado de S.

Paulo”, a MP foi editada após passar pelo crivo da então ministra Dilma Rousseff, em 2009, e estendeu de 2011 para 2015 a política de desconto no IPI de carros.

Ainda de acordo com a reportagem, uma das consultorias que atuou para viabilizar a MP pagou R$ 2,4 milhões à empresa que pertence ao filho do ex-presidente.

A empresa de Luís Cláudio foi aberta em 2011, ano em que a MP entrou em vigor.

O pagamento foi confirmado por ele. “Por se tratar de um governo com notória conduta criminosa, que criou o Mensalão e o Petrolão para financiar e manter seu projeto de poder, não é de se estranhar que uma Medida Provisória tenha sido editada por encomenda, beneficiando, dentre outros, um dos filhos do ex-presidente”, afirmou Carlos Sampaio. “Não é a edição desta medida provisória, que teve um importante papel para o país, que estamos questionando, mas sim, o fato dos responsáveis pela mesma terem obtido vantagem ilícita para editá-la.

A investigação, por parte do Ministério Público Federal, é essencial pois estiveram envolvidos na confecção da citada MP 471 um ex-presidente da república, a atual presidente Dilma Rousseff e o senhor Gilberto Carvalho, que foi Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência no governo de ambos”, disse o líder do PSDB.